Uma fala do presidente Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira (18), está provocando polêmica tanto nos EUA, como também no Brasil e na Venezuela. É que em seu discurso ele citou a capacidade econômica e bélica dos Estados Unidos ao defender que a “questão da Venezuela” seja resolvida.
O presidente brasileiro deu a declaração ao discursar no “Dia do Brasil em Washington”, na Câmara de Comércio dos Estados Unidos.
“Temos alguns assuntos que estamos trabalhando em conjunto, reconhecendo, obviamente, a capacidade econômica, bélica, entre outras, dos Estados Unidos. Temos que resolver a questão da nossa Venezuela”, afirmou Jair Bolsonaro no evento.
“A Venezuela não pode continuar da maneira que se encontra. Aquele povo tem que ser libertado e acreditamos e contamos, obviamente, com o apoio norte-americano para que esse objetivo seja alcançado”, continuou o presidente brasileiro.
Logo após a fala de Bolsonaro, o porta-voz do governo, Otávio Rêgo Barros, foi questionado pelos repórteres se o Brasil apoiaria uma eventual intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela.
“O Brasil entende que a situação da Venezuela deva ser resolvida com base na nossa diplomacia. Não trabalhamos com intervenção, até porque afronta a nossa Carta Magna”, comentou o general Rêgo Barros.
As declarações de Bolsonaro voltam a inflamar os ânimos daqueles que repudiam uma intervenção militar no país vizinho. Por outro lado, muitos acreditam que a única alternativa para retirar Nicolás Maduro do poder seria pela força.
Há tempos que a Venezuela enfrenta uma profunda crise política, econômica e social. O Brasil e os Estados Unidos estão entre os países que não reconhecem a legitimidade do governo de Nicolás Maduro e consideram o líder oposicionista Juan Guaidó como presidente interino do país.
O caos econômico na Venezuela levou a inflação a astronômicos 1.000.000% ao ano. Diante desta grave situação, milhares de cidadãos têm fugido do país e a oposição tem denunciado perseguição política por parte do governo Maduro, que, por sua vez, se diz alvo de tentativa de golpe comandada pelos Estados Unidos.
O presidente também disse que o povo brasileiro é “muito parecido” com a população dos Estados Unidos porque, na opinião dele, é “conservador, temente a Deus e, portanto, cristão”. Além disso, afirmou ter sido vítima de conteúdo falso na internet, assim como Donald Trump, presidente dos EUA.