Há alguns dias um médico ginecologista foi acusado por algumas mulheres por abuso íntimo, Dr Orcione Ferreira Guimaraes Junior então decidiu escrever uma carta para uma entrevista coletiva na última sexta-feira (17), onde ele diz estar sendo vítima de uma “covardia”, o médico é da cidade de Vitória da Conquista sudoeste da Bahia.
“Eu sou ginecologista que trabalha colocando a mão na mulher. A gente faz os exames de útero, exame vaginal, exame de prevenção de câncer, tocando as áreas da mama e fazer isto [essas acusações] com profissional de ginecologia, é uma covardia”, relatou o médico. A carta foi lida pela advogada Palova Amisses Parreiras, que diz que as alegações das mulheres contra seu cliente são “indevidas, mentirosas e não comprovadas”.
A primeira denúncia contra o médico chegou no último dia 10/05 em um Instagram fake, nele um caso foi relatado, depois disso várias vítimas apareceram para denunciar e contaram ter passado pela mesma coisa nas mãos do ginecologista que atende na rede pública e particular da cidade. Até o momento mais de 20 mulheres deram queixa dele e estão já começando a prestar depoimentos, os fatos relatados foram de 2018 e 2019. Mas o médico não se conformou com tudo isso, segundo ele pode ser uma armação:
“Quero dizer que nós vamos identificar a página criminosa e punir esses criminosos. Mas por que 24 pacientes denunciaram? A resposta é o seguinte: é porque existe algum outro profissional que provavelmente não quer aparecer na denúncia e que tenta me prejudicar. Eu tenho 15 anos de formado, já atendi mais de 15 mil mulheres. Dentro da página criminosa, tem mais de sete mil mulheres, mas elas foram instigadas. Esses relatos são relatos falsos”, afirmou.
A advogada de defesa que esteve na coletiva Palova, disse que não tem provas contra seu cliente, o perfil no Instagram não é prova válida, e querem que o criador seja identificado.
“As acusações são indevidas, mentirosas e não comprovadas com relação a atuação do médico Orcione Ferreira Júnior. Desde o início, não estamos conseguindo detectar verossimilhança entre o que as senhoras estão dizendo e aquilo que está sendo comprovado. Inicialmente, se diz que o blog foi criado depois de muito meditar, de muito pensar, semanas e semanas. Quando a gente pega a data da criação do blog e a data da consulta na qual teria havido o abuso, não tem 24 horas entre um e outra. Então, a falha começa aí”, afirmou a advogada aos jornalistas.
Palova ainda disse que os depoimentos foram muito contraditórios:
“Eu estive ontem [quinta-feira, dia 16] com o nosso presidente da subseção da OAB de Vitória da Conquista, e ele nos disse que as pacientes procuraram por ele usando, inicialmente, uma falsidade ideológica, porque dentro da OAB existem inserções, uma delas é a OAB Mulher, criada especialmente para proteger as mulheres advogadas que tivessem sofrido algum agravo. E a pessoa que se intitula vítima e advogada não é advogada. Ela fez o curso de direito, é bacharel, mas não conseguiu passar na prova da OAB. Então, ela iniciou com um blog, um Instagram, com informações falsas e perante a autoridade da OAB também com uma informação falsa”, destacou.
Ela ainda disse que apenas duas das pessoas foram reconhecidas pelo médico que realmente as consultou:
“Localizamos apenas dois atendimentos que se confirmam, realmente que houve atendimento. Uma por reiteradas infecções ligadas a doenças sexualmente transmissíveis e outra por aborto provocado. Eu não tenho cópia dos inquéritos ainda. Aquelas falas na OAB são informais. O que vale são os depoimentos nas delegacias. Tanto assim que você tem 26 na sala da OAB e nove na delegacia”, disse.
Veja o relato de uma das vítimas:
“Quando eu deitei, ele me examinou, ele fez o toque, com os dedos. Foi quando ele disse que de fato tinha características de um aborto espontâneo. Nesse momento, ele tirou as luvas, jogou no lixo, e começou a massagear os meus seios”. O depoimento é de uma das mulheres que acusam um médico ginecologista de abusos.