O repórter Gérson de Souza foi denunciado na polícia por suas colegas de trabalho por abuso íntimo. As mulheres que procuraram a polícia para fazer a denúncia trabalhavam na emissora ao lado do jornalista e decidiram contar todos os assédios que vinham sofrendo ao longo dos anos por parte do colega de profissão.
“Ele chegava perto de você, pegava no braço e ficava alisando. Você ficava sem saber o que fazer, e ele falava: ‘Sabe por que é gostoso apertar essa parte do braço? Porque é como apertar a bunda. Ele alisava o meu braço pensando na minha bun*”, disse uma das mulheres que fez a denúncia.
Gérson foi acusado pelas colegas de brincadeiras de teor sexual e de as constranger com atitudes que não são consideradas normais. As vítimas contaram que se sentiam muito constrangidas diante do comportamento do colega.
Uma mulher que também fez a denúncia contra Gérson na delegacia de São Paulo na última quinta-feira (23) relatou uma situação quase idêntica sobre o que o repórter falou para ela: “Que gostoso! Sabe por que é gostoso? É gostoso porque essa parte parece a bun*, lisinha, molinha”.
O repórter Gérson nega todas as denúncias. Em sua defesa, Gérson alegou que as acusações se tratam de “revanchismo”. Uma das mulheres também trabalha como repórter e outra é produtora.
– Não houve nada, não assediei ninguém – afirmou Souza.
“Qualquer pessoa que me conhece ou já trabalhou comigo sabe que eu não sou alguém que ofenderia ou deixaria alguém desconfortável. Tenho certeza que nunca agi de maneira ofensiva e sinto profundamente”, disse Gerson.
“Ele era pegajoso, ficava acariciando, dando beijo de surpresa. Elas ficavam muito incomodadas, tentavam disfarçar, mas dava para perceber pelo olhar que elas queriam que ele parasse”, conta uma das mulheres que denunciaram Souza na condição de testemunha.
As mulheres afirmaram que não denunciaram Gérson antes porque se sentiram intimidadas por sua importância na emissora.
“Por ser um repórter experiente, respeitado, mais velho, a gente sempre ficava com um pé atrás”, contou uma das vítimas.
Gérson foi afastado e deverá permanecer até o fim das investigações.