Segundo o IML, vítima já havia morrido antes de ser exposta ao fogo. Exame detectou concentração abaixo de 10% de carboxihemoglobina no sangue. Nesta sexta-feira (15), a GloboNews teve acesso ao laudo do Instituto Médico Legal que aponta o motivo da morte de Ricardo Boechat, de 66 anos, que morreu na última segunda-feira (11).
Segundo o documento, o jornalista morreu em decorrência de politraumatismo causado pela queda do helicóptero e colisão com um caminhão na alça de acesso do Rodoanel com a Rodovia Anhanguera, em São Paulo.
Os exames mostraram que não houve uma alta dosagem de monóxido de carbono no sangue, o que revela que Boechat faleceu antes de ter contato com o gás, e nem foram apresentados sinais de fuligem no organismo. De acordo com o documento, o jornalista sofreu traumatismos torácico e abdominal, “caracterizando politraumatismo, com carbonização secundária”. O corpo do jornalista foi reconhecido pela arcada dentária.
PANE MECÂNICA
O helicóptero que transportava o jornalista Ricardo Boechat, de 66 anos, sofreu uma pane mecânica antes de cair na Rodovia Anhanguera, em São Paulo, apontam informações preliminares da Polícia Civil. O inquérito policial não deve responsabilizar criminalmente nenhum dos envolvidos. O piloto Ronaldo Quattrucci, de 56 anos, também morreu no acidente.
A queda aconteceu na última segunda-feira, 11. “Houve uma pane mecânica. Quer dizer, não há de se falar que o cara ia por um remold lá no motor ou sei lá onde, montar na aeronave e subir”, afirmou ao Estado o delegado Luiz Roberto Hellmeister, responsável pelo inquérito na Polícia Civil. Os investigadores aguardam laudos para confirmar as circunstâncias do acidente.
Quattrucci era sócio majoritário da empresa RQ Serviços Aéreos Especializados, com sede em São Paulo. “Ele era dono da aeronave e único piloto da empresa. Ficou comprovado por profissionais da área que ele fez todo procedimento de pouso de emergência”, disse Hellmeister.
Dois dias após a tragédia, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu a RQ Serviços Aéreos por haver “indícios” que ela prestava serviços de táxi-aéreo sem autorização.
A versão foi confirmada à Polícia Civil nesta sexta-feira, 15, pelo filho e sócio do piloto, o nutricionista Rodrigo Quattrucci, de 23 anos, detentor de menos de 2% das ações da RQ Serviços Aéreos. Segundo as investigações, ele só teria ido quatro vezes na empresa desde a fundação, em março de 2004.
Na delegacia, ele informou que a aeronave não tinha seguro. Havia apenas seguro para os tripulantes, que teria sido posto à disposição de familiares das vítimas e do motorista do caminhão em que o helicóptero colidiu.