Bebê de 6 meses sofre mais de 10 mordidas até ser socorrido por cuidadoras

Ao buscar o filho na creche, a mãe ficou em choque ao se deparar com a criança cheia de hematomas pelo corpo, inclusive no rosto.

O caso aconteceu em Piracanjuba, Goiás, na terça-feira, 19, na Creche Municipal Lar das Crianças, o menino levou mordidas pelo rosto, braço e na mão, tudo indica que algum coleguinha da criança tenha sido responsável pelas mordidas.

O prefeito da cidade, demitiu duas monitoras que eram comissionadas e afastou do cargo uma outra funcionária que trabalhava no berçário da creche. Outra medida tomada, foi a abertura de um processo administrativo disciplinar, que avaliará a responsabilidade individual de cada funcionária. O prefeito João Barbosa quer entender o que aconteceu e onde estavam as funcionárias quando a criança sofreu as mordidas. O prefeito revelou que a prefeitura tem como ordem, disponibilizar três funcionárias a cada dez crianças.

“Com certeza houve um descumprimento dessa regra. Vamos apurar para ver a responsabilidade de cada uma”, disse o prefeito João Barbosa.

A funcionária efetiva da creche que foi afastada para investigação, trabalha a quatro anos no local, ela irá responder ao processo administrativo disciplinar, e caso seja comprovada negligência de sua parte, ela também será demitida.

O advogado de defesa que representa as funcionárias e a direção da creche, revelou que elas estão abaladas com o que aconteceu, segundo ele, elas até sofreram ameaças.

“É uma história muito triste. Tem gente falando até que foram as funcionárias que agrediram a criança e querendo bater nelas. Elas consideram as crianças lá como filhos. Estão emocionalmente abaladas. Ficaram consternadas quando viram a criança machucada”, disse Fernando Rosa Pacífico, advogado de defesa.

Os pais foram informados de que uma criança de 2 anos, havia mordido o garoto de 6 meses que estava dormindo.

O que a mãe do bebê não conseguiu entender, é onde estavam as monitoras, responsáveis por cuidar das crianças, no momento em que ele chorou por conta da primeira mordida.

“Eu fiquei louca na hora. O que não sai da minha cabeça é o sofrimento que ele passou. Porque na primeira mordida com certeza ele gritou, ele chorou. Por que esperar aquilo tudo para socorrer o meu filho?”, disse Letícia Roberta da Silva, mãe do bebê agredido.

O advogado das funcionárias, alegou que a cuidadora responsável pelas crianças, havia ido até ao banheiro, que fica ao lado da sala, para levar uma outra criança no banheiro.

“O banheiro fica ao lado da sala. Ela foi levar a menina que acordou e, de repente, ouviu o choro do bebê. Foi questão de minuto”.

Os pais do bebê irão colocá-lo em outra creche, eles pediram que o Conselho Tutelar o acompanhe para que não fique com traumas que o impeçam de se socializar com outras crianças.

Detalhes sobre o caso

O bebê passou pelo exame de corpo de delito, para que seja avaliado a gravidade dos ferimentos e para que seja identificado a forma em que eles foram causados. O delegado, Leylton Barros, acredita que as crianças tenham ficado por um longo tempo sem o acompanhamento das funcionárias responsáveis por elas.

“Preliminarmente, com base na quantidade de lesões, já dá para saber que ele sofreu bastante. Ficou muito tempo desprotegido. De duas uma: ou as monitoras estavam bem distantes do local ou já têm o costume de ouvir choros e gritos das crianças e não fazerem nada”, concluiu o delegado, que afirmou que elas responderão por lesão corporal, embora elas não tenham agredido diretamente o bebê, seria responsabilidade delas cuidar das crianças.