Foi concluído pela Polícia Civil um inquérito que apurava denuncias de maus tratos a crianças de determinada creche localizada no bairro Agua Verde, região nobre de Curitiba. O inquérito foi concluído pela ‘Nucria’ – Núcleo de Proteção à criança e ao Adolescente e teve como desfecho o indiciamento da proprietária da creche pelo crime de tortura e castigo.
A dona da creche “Cimdy Educação Infantil” foi identificada como sendo Jussara Pazim, de 64 anos de idade, de acordo com as informações obtidas pelas investigações Jussara agredia de várias maneiras, tanto psicologicamente quanto fisicamente as crianças.
“Tortura-castigo é caracterizada física e psicologicamente. Não é só agredir, chacoalhar as crianças… foi verificado que ela forçava as crianças a comer, as crianças vomitavam na comida e ela forçava a comer com o próprio vômito. Ela fazia fila no banheiro para dar palmada, deixava as crianças sentadas no banheiro por horas”, conta a delegada Ellen Victer, uma das responsáveis pela investigação.
De acordo com informações passadas pelos policiais responsáveis pela investigação, há a possibilidade de que esses atos praticados por Jussara estejam sendo praticados desde o momento em que a creche iniciou seus trabalhos, em 1997.
No decorrer das investigações a cerca do caso, a polícia ouviu aproximadamente 54 pessoas, entre alunos e ex-alunos da instituição de ensino que atualmente já são adultos. Há o sigilo do que foi passado pelas crianças aos psicólogos, contudo, de acordo com a delegada Ellen Victer, todas as crianças que foram ouvidas durante o inquérito são vítimas das agressões dispensadas pela proprietária e diretora da creche, Jussara.
“Na defesa, ela alegou ter uma postura firme com a educação das crianças. Só que, ao meu ver, há um grande excesso uma vez que educação não se confunde com agressão. Voltar a pegar a comida com vômito e devolver na boca da criança? Ao meu ver isso se enquadra como tortura-castigo e a polícia entra em ação”, comentou um dos delegados do caso, José Barreto.
As imagens de circuito interno registraram agressões e agora estão em posse da Polícia. “Todos esses atos geram traumas nas crianças. São atos graves. Os pais trouxeram relatos de que elas estão traumatizadas, nas novas escolas elas [as crianças] chegam perguntando se ‘aquela professora não está aqui’.