“Dormia na casinha da cachorra”; relata jovem sobre abuso desumano sofrido na infância

Um relato triste de abuso vem sendo compartilhado nas redes sociais e comovendo aos internautas. Hoje em dia abusos de todas as formas estão sendo compartilhados, e ganhando cada vez mais forças para que as pessoas tenham coragem para denunciar, não é mais um assunto proibido como antigamente.

Há muitos anos, casos como esse vem acontecendo, no entanto não falavam sobre isso, era um tipo de tabu, as vítimas simplesmente conviviam com esse tipo de tortura e achavam que não tinham como mudar isso, e o sofrimento se estendiam por toda a vida, deixando marcas irreversíveis.

Esse tipo de realidade vem mudando, hoje as pessoas estão mais conscientes de que tem como acabar com esses abusos, com os desabafos feitos nas redes sociais as pessoas se sentem mais fortes para denunciar e procurar ajuda. Exemplo disso é um relato feito recentemente de uma jovem baiana que vem sendo compartilhado pelo mundo todo.

Eva Luana, de 21 anos, usou seu Instagram para revelar uma série de abusos que ela sofreu na infância e rapidamente seu relato comoveu milhares de pessoas, que também se identificaram relatando terem vivido abusos como ela.

Eva começa contando que sua mãe tinha um relacionamento abusivo com o padrasto, que descreveu como “obsessivo e ciumento”. Tudo começou quando ela tinha apenas 12 anos, a jovem relata que além dos abusos físicos, sexuais e psicológicos que infringia à mãe, o padrasto começou a abusar sexualmente dela.

“Eu tinha nojo, repulsa, ódio e não entendia porque aquilo acontecia comigo. Me sentia uma criança estranha e diferente das outras. Achava que aquilo só acontecia comigo. Eu tentei por diversas vezes ir para a casa da minha avó, mas ele sempre ligava ameaçando todos, dizendo que iria matar e fazer várias coisas assim. Então era uma prisão sem grade, literalmente”, desabafou Eva.

“Quando eu fiz 13 anos denunciei. Nessa denúncia eu tinha certeza que seria salva por todos. Mas não foi isso que aconteceu. O Estado falhou a tal ponto que o meu caso não chegou nem ao Ministério público. Fui obrigada a retirar a queixa por ameaças do meu padrasto. Ele utilizou o poder financeiro pra comprar a liberdade e comprar a minha alma. Porque ali eu perdi a minha alma”. Escreveu ela.

Leia o triste relato dessa jovem publicado em seu Intragram:

 

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{1} respira ♡ / a todos que me ajudaram até aqui, seja no “desaparecimento” ou agora, com os fatos verdadeiros, a minha eterna gratidão. Aos meus amigos de infância, que eu fui obrigada a abandonar um por um, preciso pedir perdão. Não vou citar nomes, mas quem está firme comigo sabe, eu vou retribuir com todo o meu amor e relembrar até a minha velhice. / Meu caos teve início quando eu tinha 12 anos, minha mãe era agredida,abusada,violada e torturada quase todos os dias. Meu padrasto era obsessivo e ciumento com ela. Resumindo de uma maneira geral, ela era agredida com chutes, joelhadas, objetos.. Era abusada sexualmente de todas as formas possíveis. Era obrigada a tomar bebidas até vomitar e quando vomitava tinha que tomar o próprio vômito como castigo. Ele começou a me abusar sexualmente. Eu tinha nojo, repulsa, ódio e não entendia porque aquilo acontecia comigo. Me sentia uma criança estranha e diferente das outras. Achava que aquilo só acontecia comigo. Eu tentei por diversas vezes ir para a casa da minha avó, mas ele sempre ligava ameaçando todos, dizendo que iria matar e fazer várias coisas assim. Então era uma prisão sem grade, literalmente. Quando eu fiz 13 anos denunciei. Nessa denúncia eu tinha certeza que seria salva por todos. Mas não foi isso que aconteceu. O Estado falhou a tal ponto que o meu caso não chegou nem ao Ministério público. Fui obrigada a retirar a queixa por ameaças do meu padrasto. Ele utilizou o poder financeiro pra comprar a liberdade e comprar a minha alma. Porque ali eu perdi a minha alma. E o que eu fui denunciar, 1 ano de sofrimento, se multiplicou em mais 8 anos. Desde então os abusos, torturas e todo tipo de agressão foram aumentando dia após dia, ano após ano. Eu não tive mais vida social. Tudo era uma farsa. Ele nos obrigava a fingir que tínhamos uma família perfeita. As agressões eram verbais, físicas e psicológicas. Entre elas comer muito, em tempo estipulado, isso aconteceu com uma pizza família, pra comer inteira em 10 minutos. Óbvio que não conseguimos.Tb tomar 2 litros de refrigerante nesses 10 minutos.. eu levei socos no rosto e ele não me deixava me proteger com a mão. Chutes até cair no chão

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