Os trabalhos realizados durante o mês de março na Escola Estadual Padre Humberto Piacente, localizada no bairro Alecrim, na cidade de Vila Velha, no Espírito Santo, causou revolta entre alunos e internautas, após serem publicados nas redes sociais, na terça-feira, dia 19.
Frases machistas foram distribuídas em cartazes e expostos no pátio da instituição, conforme contam os alunos, as frases foram elaboradas para um trabalho escolar sobre o mês da mulher, repassados por uma professora de História, com as seguintes mensagens: “No começo ela gosta, mas depois começa a dizer que é assédio” e “Aprenda a se vestir, se comportar e dar limites”.
“Achei um pouco errado da parte da escola eles colocarem no muro sem uma explicação. Muita gente ficou lendo e não gostou, tirou fotos. Teve turma que não fez esse trabalho, então o pessoal ia lá, via os cartazes e perguntava para o pessoal da nossa sala”, disparou uma das alunas.
“Eu comentei com uma amiga minha e a gente achou super errado. É como se estivesse culpando a gente, como se a gente não pudesse usar a roupa que quer e tivesse que ficar em casa. Eles têm que falar sobre outras coisas, mostrar maneiras de denunciar, dizer que a polícia está agindo, que as mulheres não estão sozinhas”, revelou outra.
A professora enviou comunicado aos alunos sobre os trabalhos com as opções: “Valorização da mulher começa pela mulher” e sugeriu temas como “Como a mulher deve se comportar”, “Como a mulher deve se vestir” e “Mulher x Palavrões”.
Os cartazes foram divulgados na web causou revolta.
A direção da escola, na pessoa da Coordenadora Fernanda Kelly Barbosa Pires, informou que os cartazes fazem parte de uma discussão sobre a violência contra a mulher no ES e no Brasil. De acordo com Fernanda, as atividades se divide em duas fases: a primeira é sobre o que as mulheres devem fazer para não serem desvalorizadas e encerra discutindo o comportamento dos homens em referencia as mulheres.
Ela disse ainda que não enxerga motivos para polêmica, pois toda a escola estava ciente sobre as atividades. “Eu, como diretora, nunca ia admitir uma exposição negativa como essa se não tivesse todo um contexto por trás“, finalizou.