A mesma loja do Carrefour envolvida no escândalo com o segurança que violentou e matou um cachorro nos últimos dias, já esteve envolvida em outro episódio também polêmico, onde Januário Alves de Santana, vigilante negro, teria sido espancado por seguranças no estacionamento do Carrefour de Osasco, no interior paulista.
O caso teria acontecido no ano de 2014 e o vigilante foi acusado pelos seguranças de tentar roubar um carro, mas na realidade, o carro pertencia ao vigilante, o racismo praticado pelos seguranças do Carrefour acabou virando caso de polícia e na época, chegou até ser apontado pela Comissão de Defesa dos Direitos Humanos como exemplo de intolerância contra os negros no País.
O vigilante entrou com uma ação contra o estabelecimento e ganhou a causa, o Carrefour teve que pagar uma indenização por racismo ao vigilante, o contrato do acordo extrajudicial proibiu a divulgação do valor.
O advogado de defesa se pronunciou sobre a vitória na causa:
“É uma forma de mostrar que, com diálogo, as duas partes podem sair satisfeitas. A empresa assumiu seu papel e resolveu o problema da melhor forma possível”, avaliou o advogado de defesa, Dojival Vieira.
“O que não significa que se trata de um final feliz. Entendemos que um flagrante tão cruel da discriminação racial no País, na verdade, nunca deveria ter ocorrido”, lamentou o advogado.
A empresa processada pelo vigilante por discriminação e racismo se dispôs a resolver o caso rapidamente, sabendo que uma repercussão de um caso como aquele poderia prejudicar muito o andamento dos negócios da empresa.
Januário Santana tinha 39 anos na época, e foi espancado por seguranças terceirizados do Carrefour, os seguranças teriam confundido o vigilante com um ladrão quando ele estacionava sua EcoSport prata, comprada em 72 prestações de R$ 789 na loja.
Como no caso do cachorro violentado, o Carrefour emitiu uma nota com um pedido de desculpas e os funcionários envolvidos foram demitidos, o que se espera dessa vez, é que o segurança envolvido na questão do cachorro pague pela crueldade que fez com o animal, ainda bem que com o vigilante não aconteceu o pior.