Uma bebê de apenas um ano e três meses acabou morrendo na manhã da última sexta-feira (19), ao ser agredido pelo padrasto dentro de sua própria casa. O padrasto, Gabriel Felizardo Silva, de 21 anos, mentiu dizendo que a criança havia caído sozinha, mas acabou confessando que deu socos na enteada porque a menina chorava e não queria dormir.
O fato aconteceu em Santa Rita do Araguaia (GO). A criança foi socorrida e encaminhada para o hospital da cidade, mas seu estado era muito grave e ela teve que ser transferida para Rondonópolis (220 km de Cuiabá), onde morreu.
O delegado da Polícia Civil de Mineiros (GO) Júlio César Arana, que comanda o caso disse que a mãe da menina estava dormindo quando a agressão aconteceu e acreditou na primeira declaração que o companheiro deu de que a menina tinha caído.
A mãe então levou a filha para o hospital, o padrasto da criança a acompanhou e chegando lá os médicos desconfiaram da versão de que a bebê teria caído de uma cama, ou de um berço, e chamaram a polícia.
A Polícia Civil pediu imediatamente uma perícia na casa da família, e encontraram marcas de sangue por toda a casa, incluindo a camiseta que o padrasto usava e as suspeitas caíram contra ele.
“Situações que confrontavam as versões inicialmente apresentadas, que a criança, teoricamente, teria caído de uma cama, ou de um berço onde ela estava, e em virtude disso teria sofrido as lesões”, disse o delegado Júlio Cesar ao Gazeta Mineiros.
O delegado intimou o padrasto que confessou que havia batido na menina:
“Ele falou que tinha bebido muita bebida alcoólica de madrugada e teria ido levar duas testemunhas que estavam bebendo com ele e, no retorno [quando Gabriel chegou em casa, a criança estava chorando muito e ele, absolutamente descontrolado com a ingestão de bebida, acabou agredindo com muitos socos na parte frontal e na nuca [do bebê]”, disse o delegado.
Com os murros a menina desmaiou e caiu. O padrasto chamou a companheira dizendo que a menina havia caído e eles foram para o hospital, a denúncia dos médicos foi importantíssima para ajudar a elucidar o caso.
A criança sofreu traumatismo craniano e precisou ser transferida, mas não resistiu.
“Eu estava tomando uma cerveja em casa, depois fui levar minhas primas embora, aí quando cheguei a criança estava no meio da sala chorando que não queria dormir. Eu coloquei ela pra dormir de novo, ela não quis. Aí eu peguei, me descontrolei e bati nela de mão fechada”, contou o padrasto. O padrasto foi preso em flagrante e responderá pelo crime de tortura qualificada, com aumento de pena por ser contra uma criança, e homicídio, que deverá ser qualificado como feminicídio, com pena também aumentada. O crime de tortura é inafiançável.