A inacreditável história do menino que o pai atirou no forno de lenha; ‘Renasci das cinzas’

Com apenas dois anos de idade, o pequeno Lyosha foi lançado num forno de lenha aceso junto com seu irmão.

Lyosha tem uma história de vida marcante e impressiona pela sucessão de fatos chocantes que lhe sobrevieram, com apenas dois anos de idade, o pequeno Lyosha foi lançado num forno de lenha aceso, junto com seu irmão, após a celebração do Ano Novo, seu pai que estava sob o efeito do álcool, jogou seu filho de 1 ano e 2 meses e Lyosha, de 2 anos, no forno em chamas, o caçula da família teve morte instantânea.

A mãe correu para salvar os filhos, mas conseguiu socorrer apenas Lyosha, que teve queimadura grave na cabeça, braços, ombros e pulmões, a mãe não conseguiu cuidar do filho por conta das dificuldades com médicos e remédios, e entregou ele a uma família de Moscou para doação. Entre procedimentos cirúrgicos, enxertos e reabilitação, foram dez anos de tratamento constante e diário.

O menino cresceu, hoje é um adulto, rosto deformado pelo fogo, pele do corpo marcada pelas chamas daquele forno, mas o bom coração de Lyosha permaneceu intacto e imune às maldades humanas. Ele nunca usa a expressão ‘segunda chance’: “Não foi minha escolha. Eu era pequeno. O que aconteceu, aconteceu. Se o resultado tivesse sido diferente, eu estaria morto e não haveria nada a ser feito, ou eu teria ficado morando em Buriácia. É só isso”. Declara o rapaz já com 16 anos de idade.

Lyosha nos dá uma grande lição de vida, não culpa a ninguém, não amaldiçoa ninguém, ele quer simplesmente viver a vida, aos 16 anos de idade, ele já tinha viajado meio mundo. “Estive na Suíça, nos Estados Unidos, na Alemanha, na França, na Lituânia, em muitos lugares“, conta .

Tudo pelas minhas queimaduras. Fui a clínicas e a centros de reabilitação. Uma deficiência pode dar a você uma nova maneira de ver o mundo e até novas oportunidades, mas é importante não deixar sua vida inteira girar em torno disso, porque isso pode acabar com você”, acrescenta.

Lyosha conta que a psicologia o ajudou de maneira surpreendente. “A certa altura comecei a gostar de psicologia. Ela me ajudou muito a entender o que estava acontecendo, e o ódio simplesmente desapareceu. Eu o deixei ir“. Tudo muda..até mesmo em relação ao fogo a reação é de tranquilidade.

Eu amo fogo, amo lareiras, sei que pessoas que já se queimaram antes podem sentir medo (do fogo), mas eu não vejo o sentido de ter medo. Gosto de sua luz, do seu calor. É lindo. Posso observá-lo por horas”, conta.

A Fênix é uma ave mística que se acende em chamas quando morre para ressurgir das cinzas, simbolizando a vida eterna e a vitória triunfante da vida sobre a morte. “Posso entender isso. Fui queimado quando criança e, de alguma forma, renasci das cinzas”. Declara. “As pessoas têm medo do que não conhecem e te odeiam ou sentem curiosidade e querem te conhecer.

O rapaz tem contato com seu pai biológico, que saiu recentemente da prisão. Essa é a mesma pessoa que o jogou em um forno em chamas. Lyosha se surpreende quando o perguntam se ele perdoou o pai.

Não se trata de perdão. O perdoei há muito tempo. Agora apenas conversamos, como pessoas normais conversam”,  responde. “Eu nunca o odiei. Ele provavelmente pensou que eu estava furioso com ele mas quando nos conhecemos, quando voltamos para Buriácia, conversamos. Disse tudo a ele e agora trocamos correspondências cartas e nos mantemos em contato”, concluiu.