Após 10 anos preso, justiça reconhece a inocência e solta jovem gaúcho; ‘refazer a vida’

Israel foi condenado por um crime que aconteceu em 2008, e só em dezembro de 2018 sua inocência foi comprovada.

Uma década tentando a todo custo provar que dizia a verdade sobre sua inocência diante da condenação por roubo e violação íntima, foi preso no ano de 2008, o gaúcho do interior do Rio Grande do Sul.

O crime aconteceu em Lajeado, quando uma mulher e sua filha entraram em sua residência e se depararam com um estranho que rendeu as duas e levou a menina para o quarto, onde a violou, após isso, ele fugiu levando alguns pertences da dona de casa.

O jovem Israel de Oliveira Pacheco, de 28 anos de idade, foi preso numa estrada, ele estava indo visitar uns parentes, os policiais o prenderam porque era parecido com as características repassadas por mãe e filha em depoimento ao delegado de polícia. Mesmo os amigos dele testemunhando a seu favor, dizendo que estavam com ele em um bar no instante do crime.

A cama da jovem ficou manchada, feito o exame de DNA na mancha de sangue, ficou constatado de que aquele material genético não pertencia a Israel, pertencia a outro homem, que também foi preso, mas ainda assim Israel continuou recluso cumprindo pena pelo crime que não cometeu.

Nessa terça-feira, dia 18 dezembro de 2018, Israel foi considerado inocente pela justiça gaúcha, após dez longos anos na prisão. “É vida nova. Ano que vem, já quero estar em um serviço bom, estar bem empregado, quero fazer a minha vida. Agora, eu arrumo um emprego bom”, esperançoso, Israel pretende refazer sua vida.

Em entrevista ao canal de TV local disse: “Quem está lá dentro não tem vida boa. Noites de sono que não voltam. Noites em que, muitas vezes, você dorme de pé, porque não tem lugar”, relembra que em todas as audiências ninguém dava crédito a sua palavra e pareciam ignorar as provas apresentadas.

Eu fui em mais de cinco audiências. Em todas elas, eu sempre falei. Quem não me escutava era a Justiça“, desabafa.

Teve muitas vezes que eu escutei coisas, que tive que sair de cabeça baixa por causa disso. Às vezes, chegar numa rua e as mães já tirarem as crianças por causa de uma coisa que eu não fiz”, lamenta o jovem, agora em liberdade.

“A condenação estava embasada no reconhecimento pessoal feito pela vítima, que, pela natureza humana, falha. Portanto, está sujeita a erros”, justifica o defensor público. “A prova pericial existente fragilizou ainda mais o reconhecimento, que já não foi feito dentro das formalidades que a lei estabelece. O Israel, quando foi reconhecido, ele foi colocado sozinho para que fizesse o reconhecimento”, conclui.

Agora Israel está de volta ao convívio com sua família, em total liberdade, e esperançoso de que 2019 lhe traga oportunidades para refazer sua vida.