Bloco que ‘nunca para’ faz pausa na folia para encontrar mãe de criança perdida

Bloco de Carnaval Boi Tolo, conhecido por 'nunca parar', parou a folia por 20 minutos para ajudar criança perdida.

Durante o Carnaval os foliões saem para as ruas para curtir, festejar, dançar e brincar, o Carnaval nos blocos é formado por uma grande quantidade de pessoas.

No Rio de Janeiro, um destes blocos de Carnaval, o Boi Tolo, é conhecido por “nunca parar”, durante o período de Carnaval, são famosos por serem foliões incansáveis.

Este bloco famoso por nunca parar durante a folia de Carnaval, teve uma atitude exemplar e digna de muitos aplausos. Por volta das 10 horas, o bloco Boi Tolo deu uma pausa de aproximadamente uns 20 minutos, para ajudarem a encontrar a mãe de uma criança que estava perdida no local.

Durante esta pausa, todos os músicos fizeram silêncio absoluto, pararam as músicas e as pessoas presentes se sentaram no chão. Com este gesto singelo, conseguiram identificar a mãe do pequeno Rafael (a criança que estava perdida), a vendedora ambulante Ágata Januário.

Após os músicos se sentarem e os foliões seguirem os mesmos passos, eles começaram a chamar pelo nome de Ágata, sem cessar, até que ela ouviu o chamado, e encontrou o bloco, onde o filho a estava esperando.

Ágata entrou no cordão juntamente com seu esposo, a cena do reencontro entre pais e filho ficou marcada na história do bloco.

Aliviada, a mãe de Rafael explicou que o garoto estava usando uma pulseirinha de identificação, que acabou arrebentando. Ágata recebe 70 reais para trabalhar o dia todo, vendendo bebidas para os foliões que estão brincando no Carnaval, ela estava com outra criança a seu lado, o filho de uma vizinha, que ela levou para o bloco, e a criança estava com a pulseirinha.

“Em um segundo ele sumiu. Senti desespero e agora felicidade. Eu fiquei impressionada com a humildade e a simplicidade desse bloco. Eles pararam de tocar para me encontrar”, explicou Ágata agradecida.

Esta mulher de 28 anos, não leva uma vida nada fácil, mãe de cinco filhos, tira o sustento de sua casa trabalhando como catadora de latinhas. Em meio a vida simples que eles levam, Ágata revelou ao ‘O Globo’ que o menino não havia tomado café da manhã antes de ir para o bloco.

“Estou tentando fazer um dinheiro para dar algo para ele comer. O pão aqui na cidade é muito caro. Se eu vender pelo menos 20 reais já posso usar esse dinheiro, mas ele é abatido dos R$ 70 que ganho por dia”, disse a mãe de Rafael, que seguiu falando sobre a dura realidade em que vive.

“O carnaval é sempre uma ilusão. Meus filhos acabam sofrendo por eu ficar longe trabalhando. Onde eu moro, cada vez mais as mães abandonam seus filhos, mas eu estou lutando. Hoje as coisas parecem impossíveis, mas uma hora elas mudam. Vivo por meus filhos e para mantê-los protegidos”, concluiu.

Nas redes sociais, a repercussão da história causou muita positividade para os foliões do bloco Boi Tolo, que receberam vários elogios pela atitude maravilhosa de ajudar o próximo.