Comprovado! Jornada dupla de trabalho provoca obesidade em mulheres. Os índices são preocupantes

Mulheres com dupla jornada de trabalho são mais propensas a sofrer com obesidade e sobrepeso, os índices são alarmantes.

A cada dia aumenta o número de mulheres independentes, guerreiras que se dedicam a dois trabalhos, aquele que proporciona seu salário e chamamos ‘trabalho fora de casa’, e claro, o trabalho em casa, a rotina doméstica.

O que as mulheres sequer imaginam é que esta dupla jornada auxilia no aumento de peso. Você deve estar pensando, ‘mas como isso é possível?’, e a resposta está no estresse.

A dupla jornada de trabalho, causa sobrecarga nas mulheres, o que desencadeia o estresse. Sobre o estresse os efeitos e consequências causadas por ele são bem conhecidos, que vão desde desgastes físicos até os mentais, dores de cabeça, depressão, ansiedade, são algumas destas consequências.

Por ser um problema que abrange a todos, pesquisadores de Gothenburg, na Suécia, realizaram um estudo e comprovaram que as mulheres são mais afetadas com efeitos no ganho de peso do que os homens.

A pesquisa analisou mais de 3.800 pessoas, os resultados apontaram que os efeitos do estresse em mulheres, causaram ganho de peso elevado nos 20 anos seguintes. Ficou comprovado que a sobrecarga da rotina diária destas mulheres, acaba causando sensações como impotência, preguiça e má alimentação, fatores que colaboram para que os quilos extras apareçam. O nervosismo também pode ser um vilão para o aumento de peso, visto que o estado nervoso eleva a quantidade de cortisol emitida, este hormônio facilita o acumulo de gordura abdominal.

“Quando a referência foi o nível de demandas no trabalho, apenas as mulheres foram afetadas.

Nós ainda não investigamos as causas subjacentes, mas pode ser concebível uma combinação de demandas do trabalho e maior responsabilidade pelo lar que as mulheres, geralmente, assumem”, explicou a líder da pesquisa realizada, Sofia Klingberg.

Como foi realizado e baseado este estudo

O estudo contou com pessoas que participam do Programa de Intervenção de Vasterbotten (VIP), este programa estimula moradores da região sueca a realizarem check ups. Foram usados dados de coleta do ano de 1985, as pessoas que colaboraram com a pesquisa foram separadas em grupos por faixa etária de 30 a 50 anos e 40 a 60 anos. Após este procedimento, todos foram pesados, foi realizado o cálculo de IMC (Índice de Massa Corporal), e todos passaram por três entrevistas, onde eram questionados sobre dietas e ganho ou perda de peso durante os últimos 20 anos.

As análises mostraram que nos 2 primeiros anos da pesquisa, 27% das mulheres e 39% dos homens eram obesos ou estavam acima do peso. Dez anos depois, os números apontavam que 33,5% das mulheres e 26% dos homens, haviam sofrido um aumento de 10% de massa corporal. Vinte anos depois, os números passaram para 48,9% das mulheres e 43,7% para os homens.

As avaliações acusaram que mulheres mais sobrecarregadas de trabalho foram mais afetadas com o aumento de peso, sendo que, mulheres com rotinas mais trabalhosas, difíceis e que tinham mais dificuldade de dar conta de todos encargos, engordaram cerca de 20% a mais do que as mulheres com rotinas mais leves e tranquilas.

Obesidade e sobrepeso no Brasil

A obesidade no Brasil é um fator que tem despertado a atenção nos últimos tempos, visto que todas as faixas etárias são atingidas pelo problema que não para de crescer. Segundo informações da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), as mulheres mais afetadas com o ganho de peso, foram as que possuem menos tempo de estudo, a tese foi baseada entre os anos 2006 a 2017.

O sobrepeso em mulheres aumentou de 38,6% para 50,5% no período avaliado. Os números marcam, portanto, um aumento de 25,5% para 61,7% em mulheres que possuem até oito anos de estudo. Nos homens o crescimento do aumento de peso relata um aumento de 47,5% para 57,5%, o que demonstra que a quantidade de homens com sobrepeso é maior, porém, o índice de aumento das mulheres é muito maior.

O estudo abrangeu também sobre a alimentação feminina, foi analisado sobre o consumo de hortaliças e frutas, constatado que o consumo é 12% maior em mulheres do que em homens. Em relação a refrigerantes e sucos artificiais elas consomem 5% a menos do que os homens, e, em relação ao consumo de bebidas alcoólicas, o índice também é menor, sendo de 15,2% a menos.

Ainda assim, com hábitos alimentares melhores do que os homens, os registros de mulheres com diabetes e hipertensão são bem maiores, o que comprova que o ganho de peso não está associado apenas a má alimentação.