Ela levou um golpe de um perfil fake da internet ; “Eu estava extremamente carente e fragilizada, me apaixonei e hoje namoro com o dono da foto fake”

Caroline se apaixonou pelo homem cuja foto foi usada para dar um golpe nela.

O texto a seguir é longo, mas vale a leitura de cada parágrafo, por isso trouxemos a história vivida por essa jovem na íntegra, no caso dela, deu certo, mas poderia ter se tornado uma bola de neve e ter trazido terríveis consequências, a carência deixa muitas mulheres volúveis e isso é muito perigoso. Leia com atenção!

A farmacêutica Caroline Leal Santos, de 38 anos de idade, inicia sua fala contando um pouco de sua decepção amorosa e logo depois explica como caiu no golpe de um perfil fake e como tudo terminou. “Estava desencantada da vida em casal, depois de 16 anos numa relação em que eu era enganada. Triste, não me interessava muito por ninguém. Até que, em outubro de 2017, recebi uma mensagem de um cara lindo pelo Instagram, chamado Rafael Buaiz Costa. No começo achei meio estranho, nunca havia sido abordada assim.

Mas começamos a conversar e logo estávamos íntimos. Eu estava extremamente carente e fragilizada, devido a tudo que me aconteceu com o ex. Já ele era, aparentemente, um homem encantador. Depois de dois meses trocando mensagens, ele disse que tinha um sério problema cardíaco e que precisava de um transplante urgentemente.

Fiquei assustada, no início. Mas acabei topando continuar a conversa. Nunca fazíamos chamadas de vídeo, pois ele dizia que não queria, que tinha alguns traumas. Respeitei, mesmo achando um pouco estranho. A voz dele era rouca e bem estranha, talvez até um pouco feminina. Mas também não contestei e deixei passar. Logo, ele me colocou em contato com sua irmã pelas redes sociais e ela me deu total atenção. Com ela, conseguia falar através de chamada de vídeo e vi seu rosto por diversas vezes. Ela dizia que dava toda estrutura para ele, que era muito doente. Eles pareciam ser, além de irmãos, ótimos amigos e confidentes.

Ele ainda me contava histórias de outras namoradas que teve e até de uma ex esposa. Perguntei o nome dela e ele me disse, mas me alertou a nunca procurá-la, pois a família dela era perigosa, envolvida em esquemas de corrupção e capazes de tudo. Fiquei na minha, claro.

Um mês depois, trocava mensagens diárias com meu crush e a irmã, e ele me contou que tinha passado mal. Dizia que tinha tido crises por conta da doença cardíaca e que estava precisando de dinheiro para internação, médicos, exames e afins. Foi quando começou a me pedir ajuda financeira. Eu sempre negava. Mesmo envolvida, ainda não o conhecia pessoalmente.

Mas posso dizer que já estava bem apaixonadinha, mesmo sem nunca tê-lo visto. Nossas conversas eram incríveis. Ele sempre me elogiava, deixava autoestima nas nuvens. Até que, no dia 19 de novembro de 2017, ele se queixou de novo de dor e, num ato impensado, resolvi ajudá-lo. Fiz um depósito de R$ 7.500 na conta da tal irmã dele.

Imediatamente, me arrependi. Passei o dia todo agoniada com o que fiz por puro impulso. No outro, fui até minha agência bancária e sustei o cheque. Ainda bem que ele ainda não tinha sido compensado e deu tempo de reverter. Algo me parecia não estar correto e eu ia resolver de algum jeito.

Logo, fui atrás do que já queria ter feito antes. Entrei em contato com a ex dele dele por uma rede social. Essa mulher me salvou! Me contou que tinha caído num golpe de estelionato e que a mulher que dizia ser irmã dele era a verdadeira criminosa! Contou que ela pegava fotos e vídeos de algum homem que achava interessante nas redes sociais, fazia um perfil fake, conquistava as mulheres e logo aplicava o golpe usando a história da doença.

Fui então até a delegacia e logo depois conheci várias outras vítimas que, assim como eu, também vinham de um processo de decepção amorosa, separação, traição, etc. E parece que muitas caíram nesse golpe. Depois de prestar queixa, bloqueei todos os perfis relacionados a esse crime. Queria esquecer mais essa história ruim na minha vida, continuar meu tratamento de depressão e tentar seguir minha vida.

Mas uma coisa ainda me encucava. Quem era o verdadeiro Rafael, o cara gato e estiloso da foto por quem me encantei? Eram os olhos mais lindos que eu já tinha visto e de alguma forma tinha que falar isso tudo para ele. Queria saber qual era o real nome dele. Onde ele morava e o que ele fazia da vida. Porque aquela pessoa existia em algum lugar do mundo, fato! Usaram a imagem dele para um crime e ele tinha direito de saber o que se passava. Além do mais, eu não conseguia parar de pensar nos olhos dele por nenhum minuto. Dormia e acordava pensando nisso.

Fomos nos falando cada vez mais. Ele tinha 34 anos, era músico, vivia em Floripa. Tocava violão e gostava de poesias. Logo surgiu um interesse recíproco entre a gente, queríamos logo nos encontrar ao vivo para nos conhecermos. Mais uma vez, segui meu coração e minha intuição. Comprei um passagem para a cidade dele e em abril de 2018, fui até lá.

Minha mãe quase enlouqueceu quando soube que eu ia atrás desse homem. Claro que era um risco. Por mais que ele parecesse uma pessoa de boa índole, era difícil relaxar depois dessa história toda. Mas, de alguma forma, eu precisava ir, tocar nele. Queria sentir o toque do cabelo dele, a pele… Sentir o cheiro desse homem. Fui! Não tinha mais nada a perder.

Nunca vou me esquecer daquele homem lindo me esperando com um violão nas costas e um sorrisão largo no desembarque do aeroporto de Floripa. Ali eu já sabia que seria difícil não me apaixonar. E foi o que aconteceu. Passamos o fim de semana todo juntos, saí da ‘Ilha da Magia’ aos prantos e com a certeza de que eu havia encontrado o homem da minha vida.

De volta ao Rio, não parava de pensar em toda a nossa história e em como ele era ainda mais maravilhoso do que eu esperava. Continuamos a nos falar por telefone diariamente.

Um mês depois, tirei férias do trabalho e voltei correndo pra Floripa para ficarmos juntos outra vez. Passei um mês todinho com ele. E foi lindo, mágico! Nunca havia me sentido tão valorizada e amada por alguém. Senti que eu moraria facilmente naquela ilha, ao lado dele. Era só uma questão de tempo.”