Gaviões da Fiel é acusada de intolerância religiosa por líderes da bancada evangélica

A Gaviões ainda tentou alegar que a representação não se tratava de Jesus e sim de Santo Antão, mas a desculpa não colou.

O desfile da escola de samba Gaviões da Fiel, neste ano de 2019, causou bastante polêmica. Isso porque o enredo opõe demônios e arcanjos. Os comentários nas redes sociais se dividem entre elogios e críticas. Algumas pessoas souberam interpretar o enredo de uma forma positiva, mas nem todos gostaram do que viram na avenida.

Um exemplo disso são os líderes da bancada evangélica que estão acusando a escola de samba paulista Gaviões da Fiel de intolerância religiosa, após encenação mostrando o mal vencendo o bem, os sambistas atores retrataram Jesus, combatendo com o diabo, e nessa batalha o inimigo venceu.

O caso repercutiu de tal maneira que se tornou o assunto mais comentado nas redes sociais. A assessoria da escola de samba paulista postou no feed e stories do Instagram uma cena de Jesus saindo vitorioso do embate e explicando a realização da releitura de um samba-enredo que havia apresentado em 1994, sobre a história do tabaco.

A Frente Parlamentar Evangélica da Câmera dos Deputados em nota declarou “profunda indignação e repúdio ao espetáculo”, considerando a releitura do samba-enredo como um desrespeito e ofensa aos cristãos de forma geral.

O presidente da bancada religiosa, Lincoln Portela (PR) menciona ainda que: “Entendemos que aquela apresentação não é arte, é crime. Nenhum direito é absoluto, logo o direito à manifestação artística não se sobrepõe à inviolabilidade da consciência e da crença”.

Veja abaixo a nota da bancada evangélica, na íntegra:

“A Frente Parlamentar Evangélica – FPE manifesta profunda indignação e repúdio ao espetáculo da ‘Gaviões da Fiel’, no carnaval de São Paulo, com uma apresentação pública ofensiva e desrespeitosa a todos nós, cristãos, ao vilipendiar e escarnecer o Senhor Jesus Cristo e a nossa fé. Entendemos que aquela apresentação não é arte, é crime. Nenhum direito é absoluto, logo o direito à manifestação artística não se sobrepõe à inviolabilidade da consciência e da crença. As palavras do coreógrafo Edigar Junior revelam qual era o propósito: ‘O foco era chocar.

Alcançamos nosso objetivo que era mexer com a polêmica Jesus e o diabo e a fé de cada um. ‘Manifestações dessa natureza estimulam o desrespeito e a intolerância, caminho inverso àquele que nós, brasileiros, estamos buscando consolidar continuadamente. Lutaremos para que o dinheiro público, fruto de impostos pagos por um povo tão sofrido e carente de políticas públicas de excelência, especialmente na área da educação, da saúde e do enfrentamento à criminalidade e à violência, não financie espetáculos que configurem crime e que não estimulem o respeito e a tolerância fundamentos de uma nação democrática, plural e majoritariamente religiosa. Com fundamento na Constituição brasileira exerceremos as medidas adequadas. Brasília – DF, 04 de março de 2019. Deputado Federal LINCOLN PORTELA Presidente em Exercício da Frente Parlamentar Evangélica – FPE”.