O caso revoltante aconteceu na madrugada do último domingo, dia 26 de maio, na maternidade do Hospital Belarmino Correia, na cidade de Goiana, em Recife. Tudo aconteceu quando a ambulância trouxe uma gestante que chegou em uma cadeira de rodas, sentindo fortes contrações e chorando de dor.
O médico de plantão viu a chegada da mulher e não se sensibilizou, com o celular em mãos filmava enquanto duas funcionárias do hospital ajudavam a mulher a dar à luz. A paciente, de 35 anos de idade, se chama Missilene Maria da Conceição, veio de Condado na Zona da Mata Norte, após uma viagem de 11 quilômetros.
Ao chegar na recepção do hospital, o médico começou a filmar tudo e gritava: “Vai nascer aqui no chão. Faz sete minutos que eu cheguei aqui e o médico não apareceu ainda. A secretária quer fazer ficha em emergência obstétrica. Não sei o que tem na cabeça. A famosa Goiana”, dizia isso, enquanto filmava.
A direção do Hospital denunciou o obstetra junto ao Conselho Regional de Medicina, que já iniciou uma sindicância para investigar o caso. “Ele, em nenhum momento, chega junto da paciente, e não havia guia de transferência. Além disso, a mulher relatou que não foi examinada em Condado. Se fosse médico do meu plantão, responderia pela atitude”, diz em nota, Flávia Magno, a diretora do Belarmino Correia.
Apesar de saber que um erro não justifica o outro, a direção do hospital que recebeu a paciente, questionou também o fato de o profissional, que atua na Maternidade João Pereira de Andrade, em Condado, ter feito a transferência sem envio da documentação obrigatória e necessária e sem aviso prévio. “Foi uma emergência e não deu tempo de fazer a regulação, de enviar a senha para o outro hospital. O médico encaminhou para o hospital especializado mais perto”, justificou.
A secretaria de Saúde de Condado, por meio de nota, apontou “negligência” do hospital de Goiana. A administração municipal também disse que vai levar o caso ao Conselho de Medicina. “É notória a negligência do hospital, fato esse que será levado ao Cremepe aos demais órgãos responsáveis”, diz em nota oficial e registrada.
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