Grupo organiza sessões de cinema adaptadas para crianças autistas; “É muito difícil, principalmente a parte da verba”, disse a organizadora

Segundo a organizadora, o som e luz ficam mais baixos que o habitual, para que as crianças fiquem à vontade.

No mês de abril se comemora o Mês Mundial de Conscientização do Autismo, algumas pessoas se reuniram para trazer alegria para essas crianças que por vez não conseguem frequentemente se adaptar a ambientes muito cheios ou barulhentos.

Em Itapetininga (SP) alguns moradores se reuniram em prol de um projeto que deu muito certo, levar o cinema para essas crianças tão especiais, a ideia partiu de uma fonoaudióloga, Janaina Borba Garbo Santos disse atender muitos autistas e teve essa ideia assistindo essas crianças.

“Eu trabalho com crianças que têm o espectro autista. Então, começou com os pais, nos reunimos para fazer alguma coisa. Vi a ideia no Rio de Janeiro e quis trazer para cá”, explica.

Segundo ela começaram fazendo encontros com profissionais de outras áreas e palestras todos os meses, mas ela resolveu diferenciar e com a ajuda da gerência do cinema conseguiu sessões diferenciadas somente para essas crianças.

“Já é o quarto ano. Desde o ano passado, o grupo tem sete pessoas que ajudam e tínhamos um número limite de 70 pessoas, mas este ano a procura foi muito grande, então foram 83. Não mais do que isso por conta da limitação das crianças”, conta.

Além da limitação de quantidade de pessoas para não incomodar os pequenos, ainda tem a escolha do filme feita de forma pensada para transmitir as crianças mensagens positivas, o ultimo assistido foi “Parque dos sonhos”.

“Junto com funcionários do cinema, nós decidimos como vai ficar o som e a luz. A sala fica com meia luz e o som mais baixo, não é o som habitual do cinema para deixar a criança o mais à vontade possível.”

Janaina disse ter passado dificuldade para conseguir que alguém apoiasse o projeto mas agora estão entendendo melhor como funciona e está mais fácil “Ainda temos dificuldade, mas no ano passado conseguimos um apoio maior. É muito difícil, principalmente a parte da verba”, continua.

Esse não é o único projeto realizado pelo grupo eles fazem teatros, contam história, tem pique-nique entre outras atividades infantis adaptadas para o bem-estar desses pequenos.

Marcos César é pai de um rapaz com autismo e conta que nas sessões de cinema ele parece estar bem mais a vontade que nas sessões comerciais que vão normalmente.

“Nós participamos desde o início. Meu filho assiste a filmes com a gente, mas percebemos que com outras crianças e o som mais baixo ajuda bastante”, diz.