Hit de Carnaval de Daniela Mercury é resistência ao governo Bolsonaro

Esse novo clipe tem a participação de Caeteno Veloso e declara esquerda ao presidente.

O novo clipe musical da cantora baiana Daniela Mercury com a participação especial do também cantor baiano Caetano Veloso, ultrapassou a marca de meio milhão de visualizações, isso apenas em 25 horas depois de ser colocado no ar. A mídia aponta, inclusive, que este poderá ser o hit do carnaval de 2019.

De fato, o ritmo contagiante estilo marchinha e a junção de refrão que se repete várias vezes são elementos envolventes que tem tudo para cair no gosto popular e se tornar um verdadeiro sucesso.

Pontos que o Clip aborda e deixa clara a oposição:

  1. O que chama realmente a atenção é o cunho político imprimido na letra, que claramente faz oposição ao Governo Bolsonaro, fazendo com que este fato tome um sentido de “resistência”, como é chamado o movimento de oposição ao atual governo.
  2. A letra da canção também não esconde o tom de provocação a atual ministra Damares Alves e ao clã Bolsonaro. Em diversos trechos, as imagens mostram abertamente a crítica da artista ao Governo de Jair Bolsonaro.
  3. A artista, que é militante ferrenha do movimento LGBT, é casada com Malu Verçosa há 6 anos e desde o início da última campanha eleitoral, deixou claro seu posicionamento contrário ao governo conservador.
  4. Ao final do clipe é feita uma dedicação exclusiva ao ex-deputado Jean Wyllys.
  5. Nas imagens o cantor Caetano Veloso está numa banheira repleta de balões na cor rosa e a cantora por sua vez aparece numa banheira com balões no tom de azul, ironizando a fala polêmica da Ministra Damares sobre as cores determinadas para meninos e meninas.

Em outro trecho da música, afirmam seu posicionamento:

“Quilombola, Tupinambá. O corpo é meu, ninguém toca. Carururu, Iemanjá lá no Sul. Vai de rosa ou vai de azul?”.

Lembrando que a Ministra Damares é pastora evangélica, e está a frente do recém-criado Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, departamento este que tem a responsabilidade de lidar com casos de intolerância religiosa e das políticas de proteção aos quilombolas.

No vídeo ainda é possível perceber a vinculação do cenário político atual ao período do militarismo vivido nos anos de 1964 a 1985 no Brasil; quando vários artistas tiveram suas obras censuradas pelo Governo, inclusive o próprio Caetano Veloso teve músicas que foram proibidas na época. Daniela e Caetano agora expressam por meio da música:

“Está proibido o carnaval, nesse país tropical”.

“É proibido proibir”.

E seguem denunciando por meio da música:

“Minha alma não tem caixinha”. Fazendo claro apontamento ao episódio de Fabrício Queiroz, acusado de cobrar “caixinha” dos funcionários de Bolsonaro, fato veementemente negado pelo senador.