Jovem perdeu a visão após tomar bebida comum servida em festas

Hannah é uma jovem de 23 anos, a menina perdeu a visão após ingerir uma bebida comum, que estava falsificada.

Adolescentes amam sair para a balada, curtir com os amigos, dançar. Nas férias então, programam aquela viagem perfeita para se divertir.

O grande problema é que muitas vezes a diversão pode ser muito prejudicial, assim como foi no caso de Hannah Powell.

Hannah é uma jovem de 23 anos, assim como outros jovens de sua idade, ela saiu para a balada com os amigos, eles estavam em Zakynthos, na Grécia.

A experiência vivida por Hannah foi há quase três anos atrás, era agosto de 2016, a jovem retornou da balada se sentindo muito cansada e vomitando demais.

Após uma festa, na qual se consomem bebidas alcoólicas, o normal seria dizer que Hannah estava de ressaca, mas infelizmente, não era só isto que estava acontecendo.

Hannah e seus amigos tomaram sem conhecimento, uma bebida adulterada. A mistura continha uma substância chamada metanol, ou como também é conhecida, álcool metílico. Esta substância é extremamente perigosa, e foi adicionada na bebida de Hannah e de seus amigos.

Em consequência, os rins da jovem entraram em colapso e sua visão também foi afetada. A menina não tinha noção do que estava acontecendo, ela acordou no quarto do hotel e acreditando que estavam com as luzes apagadas, ela pediu para seus amigos abrirem as cortinas, mas, para desespero de Hannah, elas já estavam abertas.

“Eu sugeri que abríssemos a cortina e meus amigos disseram que elas já estavam abertas, mas eu não percebi na hora o que estava acontecendo.

Eu pensei que eles estivessem brincando, então levantei para acender as luzes. Foi aí que eu comecei a entrar em pânico, porque foi quando percebi que as luzes estavam acesas e que eu não conseguia enxergar nada”, contou a jovem.

A jovem foi levada de início para um hospital da ilha de Zakynthos, depois foi transferida para outro local. Hannah estava conturbada, delirando e bastante confusa ao ponto de acreditar que estava sofrendo um sequestro.

“Eu não entendia porque não conseguia enxergar. Eu pensei que fosse alguma coisa (tampando) meu olho ou na minha cabeça. Lembrava remotamente de falar com meu pai ao telefone. Eu me lembro de esconder meu telefone nas axilas, pensando que fossem tirá-lo de mim”.

No hospital foram realizados os exames em Hannah que constataram a substância metanol em seu organismo. Em um bar serviram a menina e seus amigos com vodca misturada a esta substância tóxica. Os amigos de Hannah também sofreram reações, passaram mal e sentiram dores no estômago, mas apenas ela sofreu consequências mais graves.

“Aparentemente, gangues fazem as vodcas clandestinamente e vendem aos bares por preços mais baratos. E os bares abastecem seu estoque com essas bebidas.

Então, se você é um consumidor, acha que está comprando vodca Smirnoff, mas não é. Eles colocam os líquidos em garrafas verdadeiras de Smirnoff”.

Após algumas semanas Hannah recebeu alta, voltou para casa e precisou enfrentar os novos desafios, se adaptar a vida sem a visão. Por 18 meses ela também fez sessões de hemodiálise, devido aos seus rins não funcionarem mais, depois a mãe de Hannah pôde doar um órgão para ela.

A jovem explica que no começo as coisas foram muito complicadas, ela enxergava tudo ‘completamente preto’, passado um certo tempo, sua visão ficou ‘muito embaçada’, mas, essas limitações não tiraram a motivação de Hannah em viver de forma independente, ela se esforça diariamente para conseguir fazer as coisas sozinha. Hannah almeja receber um cão-guia, para ajudá-la em sua rotina.

“Eu costumava acordar tendo esquecido que tinha perdido a visão. Ia me arrumar e percebia que não conseguia achar minha maquiagem, meu alisador de cabelos. Eu abria uma paleta de sombras de olho e o conteúdo parecia todo preto, sendo que estava cheio de sombras de cores diferentes”.

Hannah ainda enfrenta algumas dificuldades, mas tenta fazer todas as coisas que jovens de sua idade fazem, como ir à academia, ao cinema, sair com amigos. Embora ela ainda tropece em alguns degraus, ela tenta ir sozinha para os lugares onde precisa ir.

Sobre a bebida falsificada, já se passaram 3 anos e ninguém foi responsabilizado pelo crime.

“Eu já não esperava que fossem punidos, mas acho que alguém deveria. Ou o bar sabia que tinha álcool manipulado ou alguém fez essa mistura. De qualquer forma, eu não tive nada a ver com isso. Eu nunca teria bebido se soubesse”.

Com a ajuda de uma ONG para pessoas com deficiência visual, RNIB, a jovem conseguiu voltar a trabalhar, Hannah é recepcionista em uma clínica médica.

“Minha irmã foi maravilhosa. Ela me ajudou a voltar a usar minha maquiagem. E tivemos que ordenar as minhas roupas por cores, porque eu não conseguia identificar de que cor eram.

Eu continuo saindo com meus amigos, principalmente para tomar chá ou ir ao cinema. Gostava de ir ao cinema para ficar sentada lá, parada, e observar se conseguia enxergar um pouco mais. E mesmo se não conseguisse, dava para entender o filme ouvindo e era bom simplesmente sair de casa.

A última coisa que eu quero é ter medo de fazer tudo. Minha mãe se preocupa quando digo que vou para a academia. Até hoje ela pergunta: Como você vai chegar lá? Você consegue enxergar os carros?

Eu não consigo ver todos os carros, mas a alternativa seria ficar em casa. Eu sou jovem e não quero me acostumar a ficar em casa por medo de sair. Eu ainda tropeço e hesito. Mas isso não me incomoda mais”, concluiu Hannah.

A jovem diz ainda que pretende levar uma vida normal, e até mesmo voltar para a ilha Grega onde ela viveu os momentos nos quais perdeu a visão, ela diz não se lembrar muito bem dos dias em que passou por lá e espera recordar.