Luto: Morre André Black Blue do Racionais MC’s

Causa da morte não foi divulgada; integrantes do grupo lamentam.

Os integrantes do grupo de rap Racionais MC’s, como Mano Brown e Ice Blue, lamentaram a morte do produtor André Black Blue. As causas da morte de André ainda não foram divulgadas, porém os integrantes do grupo fizeram postagens em homenagem a André em suas redes sociais:

“Esse cara conectou pessoas que talvez em vida nunca teriam oportunidade de se encontrarem. Pessoas que se tornaram amigos, que se tornaram irmãos através dessa conexão. Realizou sonhos mesmo sem ele saber, e todas essas pessoas têm e terá grandes lembranças de uma pessoa extremamente engraçada. Foram várias risadas e mesmo quando estava bravo eu ainda dava risadas”, declarou Ice Blue.

O grupo de rap Racionais MC’s é um grupo brasileiro que foi fundado no ano de 1988, e é formado pelos MC’s Mano Brown, Edi Rock e Ice Blue, e o DJ KL Jay. É o maior grupo de rap do Brasil e está entre as bandas mais influentes do país. Suas canções demonstram a preocupação em denunciar a destruição da vida de jovens negros e pobres das periferias brasileiras, e o resultado do racismo e do preconceito, ao sustentarem a miséria diretamente ligada com a violência e o crime.

O grupo escolhe temas para ser falado através de suas músicas como brutalidade da polícia, do crime organizado e do estado, bem como o preconceito, as drogas e a exclusão social são recorrentes nas letras do conjunto. Embora inicialmente conhecido apenas na capital paulista, o grupo conseguiu alcançar sucesso significativo a partir dos álbuns Raio X Brasil (1993), Sobrevivendo no Inferno (1997) e Nada como um Dia após o Outro Dia (2002).

Nascido no final da década de 1980, o nome do grupo foi inspirado no disco Racional de Tim Maia. A primeira gravação do grupo foi feita em 1988, quando o selo Zimbabwe Records lançou a coletânea Consciência Black, Vol. I. Neste LP, apareceram os dois primeiros sucessos do grupo: “Pânico na Zona Sul” e “Tempos Difíceis”. Ambas as canções apareceriam dois anos depois em Holocausto Urbano, primeiro disco oficial do grupo, cujas letras denunciam o racismo e a miséria na periferia de São Paulo, marcada pela violência e pelo crime.

Depois que gravaram esse álbum, o grupo se tornou muito conhecido no meio do cenário do rap da periferia paulistana e da Grande São Paulo. Os integrantes então começaram a se envolver com trabalhos nas comunidades pobres criando projetos que vieram a ajudar a população mais carente, eles começaram trabalhos de prevenção contra drogas, racismo, violência policial, entre outros temas. Também participaram nos anos seguintes de diversos concertos filantrópicos em benefício de HIV positivos, campanhas de agasalho e contra a fome, além de atuarem em protestos como o aniversário da Abolição dos Escravos no Brasil.