Luto; morre aos 53 anos Marcelo Yuka, fundador d’O Rappa

Marcelo ficou paraplégico após ser atingido por nove tiros ao tentar proteger sua esposa de um assalto na Tijuca, na Zona Norte do Rio.

Um dos grandes ícones da música popular brasileira morreu aos 53 anos, na noite de sexta-feira (18), no Rio de Janeiro. O músico e compositor Marcelo Fontes do Nascimento Viana de Santa Ana, com o nome artístico Marcelo Yuka, 53, foi um dos fundadores em 1993 da banda de grande sucesso “O Rappa”.

Yuka (como era mais conhecido), tinha sofrido um (AVC) Acidente Vascular Cerebral, no início do ano, no dia 2 de Janeiro, e outro em agosto de 2018. O músico estava internado no Hospital Quinta D’or com um quadro de infecção generalizada, seu estado era considerado grave.

A confirmação de sua morte foi feita pela assessoria do hospital na madrugada deste sábado (19). Segundo informações da assessoria, a causa da morte foi um AVC isquêmico, e por respeito à família, não foi informado o horário e local do velório do músico.

No ano de 2000, Marcelo ficou paraplégico após ser atingido por nove tiros ao tentar proteger sua esposa de um assalto na Tijuca, na Zona Norte do Rio, desde então sua vida deu uma reviravolta, um dos disparos atingiu a segunda vértebra torácica, o deixando em uma cadeira de rodas. Em 2015, ele escreveu sobre o ocorrido em seu perfil no Facebook.

“No dia de hoje, há exatos 15 anos, 9 tiros me colocaram na cadeira de rodas… Me perdi, subi e desci ao inferno sem ter a certeza que não voltaria mais à escuridão… Se cheguei até aqui foi por amor, o amor de várias mulheres, amigos e mestres de todas as idades…. Minha mãe para positivar a data me deu esse dia como mais uma comemoração à vida, logo vou fazer 50 anos enquanto tenho 15… Obrigado a quem realmente esteve e está do meu lado durante essa jornada… Em breve, posto a letra da música que a Céu canta no meu disco, em que agradeço por não viver na paralisia do rancor. Talvez essa seja a maior virtude que ganhei… Ame fora da caixa”, escreveu.

Dono de composições de grande sucesso, ele escrevia em suas letras sobre a violência urbana, racismo e desigualdades sociais, uns dos grandes sucessos que marcaram sua participação no grupo “O Rappa”, foram: “Minha alma (a paz que eu não quero)”, “Me deixa” e “Todo camburão tem um pouco de navio negreiro”. Além de compositor, Marcelo era também o baterista principal. Sua saída aconteceu em 2001, um ano após ficar paraplégico por uma série de divergências entre ele e outros integrantes do grupo.

Seu trabalho mais recente foi o lançamento de um disco juntamente com o produtor Apollo 9, chamado Canções para Depois do Ódio, de 2017. Neste trabalho ele usava sua biografia para se expressar, falando sobre sua depressão, na qual ele praticava ioga e meditação para tratar.