Maduro fecha as fronteiras com o Brasil e rejeita alimentos e remédios

Bloqueio do lado venezuelano começou às 21h de quinta, por ordem de Maduro.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou o fechamento da fronteira com o Brasil a partir da noite desta quinta-feira (21), o que foi efetivado.

Ao menos duas pessoas morreram na fronteira entre Brasil e Venezuela durante confrontos com forças de segurança do ditador Nicolás Maduro. A fronteira está fechada desde a noite do dia 21 por ordem de Maduro, e a região de Santa Elena do Uairén (Venezuela) teve o efetivo militar reforçado nos últimos dias para evitar a entrega da ajuda humanitária. Ao menos 12 pessoas ficaram feridas.

Segundo autoridades, os mortos são da comunidade indígena Kumaracapay. A primeira morte foi confirmada pelo presidente interino, Juan Guaidó: a indígena Zoraida Rodriguez. Segundo Guaidó, dois soldados dispararam contra indígenas que se manifestavam em um posto de controle em apoio à entrada das doações. A segunda vítima é Rolando García, segundo informaram os deputados opositores Americo de Grazia e Jose Guerra.

O irmão de Zoraida, Tony Rodríguez, contou à associação venezuelana Kapé-Kapé, que atua na região defendendo os povos indígenas, que o confronto começou quando os indígenas da comunidade tentavam impedir de fecharem a via por onde passaria a ajuda humanitária na fronteira do estado de Bolívar, os soldados começaram a atirar. Segundo a Kapé-Kapé, Zoraida é esposa de Rolando García.

“Kapé Kapé considera inaceitável a morte de Zoraida Rodríguez e seu marido, Rolando García, em um ato de sangue que leva essa família ao luto, especialmente porque foi perpetrado por oficiais da GN [Guarda Nacional], os quais, sem nenhuma mediação, abriram fogo contra o grupo da Guarda territorial pemón que impediu a passagem das tropas em defesa da chegada da ajuda humanitária à fronteira com o Brasil”, escreveu a ONG em um texto institucional publicado.

Em um vídeo publicado pela rede venezuelana NTN24, um dos indígenas feridos pela Guarda Nacional, Alberto Delgado, afirmou que entrou no conflito porque não tem mais condições de arcar com a saúde de seus familiares. Um deles faz tratamentos em Boa Vista, capital de Roraima.

“Me balearam nas pernas e espero que toda Venezuela veja isso, para tirar esse criminoso. O criminoso e único responsável se chama Maduro. Maduro tem que sair já, a partir de agora. Venezuela, agora levante-se para tirar esse criminoso”.

Desde que o Brasil começou, há poucos dias, a organizar o envio de ajuda humanitária em Pacaraima, soldados e tanques venezuelanos foram enviados para a região de fronteira.

No Brasil, os alimentos e medicamentos seriam levados à Venezuela a partir das cidades de Boa Vista e Pacaraima, por meio de caminhões conduzidos por cidadãos venezuelanos. O país conta atualmente com dois presidentes (Maduro e Guaidó), dois parlamentos (Assembleia Nacional e Assembleia Constituinte) e duas supremas cortes (uma em Caracas e outra no exílio).

Para o presidente chavista, as ajudas humanitárias são uma forma de preparar uma intervenção militar para derrubá-lo. Ele também estuda fechar a fronteira com a Colômbia.

Eduardo Bolsonaro postou no seu Twitter:

Mesmo com seu povo morrendo de fome e sem medicamentos o narcoditador @nicolasmaduro leva as últimas consequências para não receber ajuda humanitária. Desta maneira a crise humanitária e migratória em Roraima só tende a crescer. @Rumbo_Libertad