Menino que faleceu logo após tomar vacina contra tétano comunicou a mãe que não estava passando bem

Menino alertou sua mãe que não estava passando bem após ter tomado a vacina.

Wilson Renan, um garoto de apenas 12 anos, acabou falecendo no dia 27 de novembro, logo após ter tomado uma dose da vacina contra o tétano, em uma unidade hospitalar particular de Campina da Lagoa, no centro-oeste do Paraná.

Depois que recebeu a vacina, o menino teria falado para sua mãe que não estava se sentindo muito bem e perguntou a ela o que estava ocorrendo.

“Eu ajudei a segurar o braço dele, que estava com medo. Aí ela [uma auxiliar de enfermagem] aplicou a vacina e saiu. Nisso eu levantei e ele me falou ‘mãe eu estou tonto, não estou enxergando muito bem. Chamei o médico e ele disse que era reação da vacina”, relatou a mãe do menino, Ana Paula da Silva Miranda.

A mãe disse que seu filho tinha se ferido no pé em uma madeira com prego, na rua onde ela mora, que está em obras. Ana Paula declarou que quando presenciou que se filho Wilson havia se machucado, ela o levou imediatamente para o posto de saúde central da cidade, porém, não conseguiu ser atendida lá e foi encaminhada para o Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças.

O médico que consultou o garoto passou uma receita com uma medicação e orientou que era preciso o menino realizar uma vacina antitetânica. Então ele foi vacinado no hospital mesmo, onde já começou a se sentir mal.

“Ele falou ‘o que está acontecendo comigo mãe, o que está acontecendo com o meu corpo? Eu estou estranho, estou passando mal, não estou conseguindo respirar’”, relembrou. “Nisso o médico falou para levá-lo até uma sala. Peguei ele nos braços, mas ele já estava sufocado e espumando pela boca.”

O falecimento foi informado pela Secretaria Municipal de Saúde de Campina da Lagoa, ao delegado Sérgio Brito da Polícia Civil, que abriu inquérito para investigação do caso.

Todo time médico que estava no dia da morte do menino já foi ouvido, e a auxiliar de enfermagem que fez a aplicação da vacina recebeu uma licença de 30 dias, e será outra vez ouvida no proceder das investigações.

Foram coletadas amostras de sangue, de urina e de tecidos do corpo do menino pelo Instituto Médico-Legal (IML), e foram encaminhadas para a Polícia Científica em Curitiba. O frasco de onde foi tirada a dose aplicada no menino também será destinado para a perícia.

Troca de medicamentos

Dado em nota, a Secretaria de Estado da Saúde declarou que a situação está sendo averiguada pela 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão e que ressalta que ocorreu uma troca de medicamentos.

“Desde o momento da primeira notificação, a equipe apura a situação por meio da coleta de documentos e informações, além da orientação ao Instituto Médico Legal (IML) sobre a coleta de amostras que auxiliem a investigação. Até o momento, as informações indicam que houve a troca de medicamentos e que a vacina antitetânica não foi aplicada. Os laudos conclusivos virão a partir dos resultados das análises realizadas pelo IML.”