“Não terá nome de menino nem de menina”, diz professora trans que tentou Senado e engravidou a esposa

A gravidez foi planejada e, segundo os cálculos da professora, a criança foi concebida em meio ao turbilhão da campanha eleitoral de 2018.

A mineira Duda Salabert, anuncia que será mãe, sua esposa deve ter o bebê no mês de julho do ano corrente, estando no primeiro trimestre de gestação, o casal já decidiu o nome da criança, que segundo Duda disse em entrevista, não terá nome de menina nem de menino, apesar de já saber o gênero do bebê através de uma ultrassom morfológica.

“Queremos evitar essa imposição de gênero violenta que reduz o ser humano a azul ou rosa”, declara a professora de Belo Horizonte.

Em defesa da educação e do meio ambiente, a professora transexual de Minas Gerais, Duda Salabert, se candidatou ao Senado pelo PSOL, concorrendo a uma vaga para a gestão de 2019. Duda se casou há 7 anos com Raíssa Novaes.

O casal visando não se preocupar com gênero, escolheu o nome: ‘Sol’. “Com a escolha de um nome neutro, damos total liberdade para que esta criança se reconheça sem nenhuma pressão familiar e também mostramos que ela vai ser amada independentemente de seu gênero e sua orientação sexual”, conclui a professora trans de Minas Gerais.

Ao anunciar o nome ‘de gênero neutro’ do bebê em suas redes sociais, a professora mineira enfatizou a frase polemizada pela mídia, da ministra Damares Alves, disse: “Em tempos de meninas vestem rosa e meninos vestem azul”, relembrou e legendou mencionando a fala da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Duda reclama de muitas vezes sofrer preconceito e xingamentos em seu perfil nas redes sociais, e relembra que quando em campanha eleitoral, alguns internautas se manifestaram com comentários ofensivos, porém, como professora, ela diz que sempre foi bem aceita e reconhecida, nunca teve problemas dentro ou fora de sala de aula.

No início alguns pais até questionaram, mas com o passar do tempo o cenário mudou, pois a direção da escola lhe permitiu mostrar a profissional que é e não a sua escolha íntima. “Me receberam com afeto, respeito e carinho e foram a maior prova de que meu gênero não altera o processo pedagógico. Estou entre os professores mais bem avaliados do colégio”. Conta a professora de Belo Horizonte.