A adolescente Noa Pothoven, de apenas 17 anos de idade, desistiu da vida, após anos de sofrimento sendo vítima de abuso, desde a infância. Noa sofreu com depressão, estresse pós-traumático e anorexia em virtude do que sofreu sendo ainda uma criança.
Em um livro escrito por ela mesma, ela narra que foi violentada a primeira vez aos 11 anos, durante uma festa no colégio e aos 14, foi mais uma vez brutalmente abusada por dois homens em um beco na cidade onde morava, por medo, ameças e vergonha ela se calou e adoeceu gravemente por conta disso.
Em uma entrevista ela diz que todos relutavam para tirar essa ideia de sua cabeça, porém ela estava irredutível. “Estou devastada. Revivo o medo e a dor diariamente. Sinto que meu corpo ainda está sujo“, desabafou.
A informação que foi repassada pelos pais da vítima é de que ela faleceu em uma cama hospitalar na sala de sua casa, antes de partir ela usou seu perfil pessoal nas redes sociais, publicou uma última foto e legendou se despedindo: “Amar é deixar ir”.
Noa morava na Holanda com seus pais e uma irmã, eles aceitaram o pedido da filha que implorava dizendo que não aguentava mais sofrer e que não vivia, vegetava em cima de uma cama. Legalizada desde 2012, na Holanda, a eutanásia pode ser solicitada e aplicada em casos de sofrimento psicológico insuportável.
“Serei direta: dentro de dez dias terei morrido. Estou exausta após anos de luta, e parei de comer e beber. Depois de muitas conversas e de uma análise da minha situação, decidiram me deixar ir embora, porque minha dor é insuportável”, desabafou assim que comunicou sua decisão de acabar com a própria vida, a família espera que divulgando a história triste, a perda irreparável de Noa, algo possa ser mudado nas leis em todo o mundo.
Em dezembro de 2018, Noa procurou uma clínica especializada em eutanásia para se informar sobre as possibilidades de realizar seu desejo, até essa data somente ela sabia de sua decisão, após se inteirar de todos os detalhes ela lutou para convencer os familiares, pois não queria causar sofrimento neles com sua morte, após o consentimento o procedimento foi executado.