Por que tanta polêmica envolvendo Rennan da Penha e o Baile da Gaiola?

O caso acendeu o sinal amarelo sobre a exposição da festa em nível nacional.

Morador do Complexo da Penha desde o nascimento, Rennan Santos da Silva, se transformou em um dos maiores astros do funk brasileiro, aos 26 anos de idade. Mais de 600 mil inscritos acompanham seus trabalhos através do canal do YouTube e mais de 260 mil internautas estão reunidos em seu perfil do Facebook.

Rennan, surgiu de repente, cresceu e se tornou referência no funk. A cada edição, o baile da gaiola com mais de 25 mil pessoas ocupam todos os espaços disponíveis, além de uma incalculável quantidade de ambulantes e comerciantes que lucram com o comércio de bebidas e comidas.

O baile se tornou grande, famoso e atraiu a atenção das autoridades judiciais que em uma intervenção conduzida pelo Comando de Operações Especiais (COE) com apoio de policiais do Bope, do Batalhão de Choque e das UPPs foram até o local com objetivo de acabar com o Baile da Gaiola.

A operação terminou com quatro moradores feridos, incluindo um idoso de 70 anos de idade, atingido por uma bala no ombro. No dia 12 de março houve uma outra confusão no evento que deixou 70 pessoas feridas e todo o público apavorado, tudo começou a partir de uma blitz policial que disparou tiros para o alto para evitar furo de bloqueio.

Nesta semana o funkeiro Rennan se apresentará à justiça e corre o risco de ficar preso, caso o STF decida julgar o seu caso.  A OAB do RJ manifestou preocupação com a prisão do funkeiro Rennan da Penha. Em nota de repúdio, emitida na última terça-feira, dia 26 de março, a OAB/RJ alerta para o racismo inserido na decisão judicial.

O controle das classes sociais subalternas e marginalizadas pelo Estado brasileiro é realizado por intermédio de processo de criminalização cujo critério determinante é a posição de classe do ‘autor’ e de sua cor de pele”, diz trecho na nota.

“O funk é uma espécie de crônica do dia a dia dos moradores dos morros e favelas cariocas, com especial destaque para o ‘proibidão’, que sofre criminalização por suposta ‘apologia ao crime‘”, consta em nota da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro.