Qual sua opinião? A madrasta disse que o pai de Bernardo era inocente, mas ele foi condenado: você acredita?

Aquelas pessoas que acreditam na inocência de Leandro Boldrini dizem que existem duas situações que o levaram à condenação.

Nesta sexta-feira (15), o Conselho de Sentença do Tribunal do Júri condenou os quatro acusados pela morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, em abril de 2014. Após cerca de 50 horas de julgamento popular, em cinco dias, a sentença foi proferida pela juíza Sucilene Engler Werle por volta das 19h no Foro de Três Passos, no Noroeste do Rio Grande do Sul.

Em seu depoimento durante a semana do julgamento Graciele Ugulini, a então madrasta de Bernardo, admitiu o crime, mas disse que a morte ocorreu de forma acidental. Disse também que o pai da criança não teve participação no crime. “O Leandro (pai de Bernardo) não tem nada a ver”, disse.

A mulher chorou muito ao lembrar daquela fase em que se dedicava sentimentalmente apenas à filha recém-nascida. “O Bernardo queria atenção, mas a atenção era toda para a Maria”.

Mesmo com o depoimento de Graciele, inocentando o médico Leandro Boldrini, os jurados decidiram que ele também era culpado pela morte do filho Bernardo. Ele foi condenado a 33 anos e oito meses de prisão por homicídio doloso quadruplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica.

Já Graciele teve a pena mais alta: 34 anos e sete meses de reclusão em regime inicialmente fechado, por homicídio quadruplamente qualificado e ocultação de cadáver. Ela não poderá recorrer em liberdade. Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, foi condenada a 22 anos e 10 meses por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia, pegou nove anos e seis meses em regime semiaberto por homicídio simples e ocultação de cadáver.

Antes mesmo do julgamento já havia um intenso debate acerca da culpabilidade do pai na morte do pequeno Bernardo. O caso vem rolando desde 2014, ano em que o garotinho foi morto covardemente. De discussões em mesa de bar até às redes sociais, que a participação do pai no assassinato é discutida pela opinião pública.

Aquelas pessoas que acreditam na inocência de Leandro Boldrini dizem que existem duas situações que o levaram à condenação: primeiro a indiferença e distância dele na criação de Bernardo. Ele não era visto como um bom pai.

A segunda situação que “crucificou” o médico diz respeito ao suicídio de Odilaine Uglione (na foto), ex-mulher e mãe de Bernardo. Ela cometeu o ato ao deferir um tiro contra a própria cabeça, em fevereiro de 2010, dentro do consultório do então marido. Ele seria o culpado pelo ato extremo dela. Pior: foi levantada a hipótese que o suicídio foi forjado e que na verdade Leandro é quem teria dado o tiro fatal.

Contudo, em 2016 uma nova investigação isentou Boldrini, o principal suspeito, de qualquer responsabilidade pela morte de Odilaine. No entanto, o inquérito de mais de 1,5 mil páginas demonstra o relacionamento conflituoso do casal e o descaso do médico nos cuidados da saúde mental da ex-mulher – que, segundo testemunhas, sofria de distúrbios psicológicos.

Entretanto, de acordo com a denúncia do Ministério Público, Leandro seria o mentor intelectual do crime e incentivador da atuação de Graciele em todas as etapas. Leandro teria patrocinado despesas e também fornecido meios para acesso à droga Midazolan, utilizada para matar o menino.

Para os promotores, Boldrini e Graciele não queriam partilhar a herança de Odilaine com Bernardo, que representava um estorvo para a nova família, formada pelo médico, a madrasta e a filha do casal, Maria.

E você? Acredita na inocência ou culpa de Leandro Boldrini?