Depender da Saúde pública no Brasil continua sendo um martírio para a imensa maioria da população. São raros os lugares do País onde ela funciona pelo menos de forma razoável. Praticamente em todos os municípios brasileiros as pessoas mais humildes, que não dispõem de um plano de saúde, sofrem com o escasso.
É o que está acontecendo com uma pobre menina de 7 anos, residente na cidade de Feira de Santana, a 100 km de Salvador. A pequena espera há quatro meses para fazer uma cirurgia para substituir parafusos que acabaram se quebrando. Os parafusos foram colocados na coluna dela durante outro procedimento médico após ela ter sofrido um acidente de carro.
Na última segunda-feira desta semana (11), a pequena Lívia Samile Santos teve de ser internada no Hospital Estadual da Criança, de Feira de Santana. Naquela unidade médica, gravou um vídeo questionando às autoridades da Saúde quando a cirurgia dela será feita.
“Meu nome é Lívia Samile Santos, tenho sete anos. Eu quero saber uma resposta se eu vou fazer cirurgia ou não. Eu quero ir para casa, estudar e brincar com meu irmão. Obrigada”, diz a garotinha num vídeo feito com o celular da tia. Preocupada, a família da garota teme que, no futuro, ela pare de andar.
“Todos nós da família estamos sofrendo e ela também. Eu digo que ela está bem porque ela está andando, mas ela chora muito. A gente não pode nem falar da cirurgia que ela já se comove muito. É muito triste”, comentou a tia de Lívia, Gilva Santos Almeida, em entrevista a um canal de notícias local.
A menina passou a usar um colete para a coluna depois que sofreu um acidente em dezembro de 2017, em Feira de Santana. O carro em que a menina estava bateu em um caminhão. O tio dela, que dirigia o veículo, morreu. No acidente, outras seis pessoas ficaram feridas.
Como resultado do desastre automobilístico, lívia teve o intestino perfurado e fraturou a coluna. Depois da cirurgia, a família conta que a menina passou a andar totalmente curvada, mas não sente dores.
“Eles [os médicos] falam que ela corre risco de ela ficar paraplégica. Eles falam que mesmo a cirurgia também não vai tirar ela desse risco. Isso é muito preocupante. A gente quer que a Secretaria de Saúde do estado tome alguma decisão, porque a liberação para essa cirurgia depende deles, segundo o hospital. A gente vê uma criança andando e, de repente, ela poder parar de andar, é muito difícil para a gente”, lamentou a tia.
Segundo a mesma reportagem, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) informou que a cirurgia da criança já foi autorizada. Mas, infelizmente, não informou quando o procedimento deverá acontecer.