Sem coragem de contar pessoalmente, menino de 11 anos escreve bilhete para o pai contando o que técnico de futebol fazia

Vítimas eram alunos do local onde ele dava aula em Jaraguá do Sul, segundo a Polícia Civil.

Um técnico de futebol de 45 anos foi preso preventivamente na manhã desta segunda-feira (25), em Jaraguá do Sul, no Norte catarinense, acusado de assediar os meninos que ele treinava em uma escola de futebol.

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que informou que as vítimas eram os alunos do técnico, todos meninos com idades entre 11 e 12 anos. Os garotos eram pressionados a fazer o que o treinador pedia com a promessa de conseguir patrocínio e contrato com grandes clubes, conforme as investigações em andamento.

A polícia já investigava o caso desde fevereiro deste ano, quando dois casais, que seriam pais de dois alunos que contaram os abusos, procuraram a polícia. Os meninos têm 11 e 12 anos.

Cansado dos abusos, um dos meninos não teve coragem de contar pessoalmente para o pai, mas decidiu escrever um bilhete contando que o treinador estava cometendo abusos contra ele e um colega, disse a delegada Cláudia Gonzaga, da Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente e à Mulher (Dpcami) da cidade.

“O pai foi até a família do outro garoto para conversar. Depois, esses dois casais procuraram a polícia. Os meninos foram interrogados com psicólogos, e foram confirmados os crimes, ainda com mais detalhes”, contou a delegada.

O menino teria tomado essa atitude de escrever para proteger uma colega nova na turma:

“Até então eram só crianças do gênero masculino e todos teriam sido abusados. Quando entrou essa menina, esse garoto pensou que o treinador iria fazer com ela também e ele quis evitar isso”, relatou Cláudia.

Os meninos estariam sofrendo os abusos há pelo menos oito meses. Outros cinco meninos já foram identificados como possíveis vítimas. Os que diziam “não” ao treinador eram submetidos a treinamento mais exaustivo, de acordo com a polícia.

O técnico foi preso no campo que ele alugava para dar aulas e vai responder por abuso de vulnerável. Ele não disse nada durante o depoimento, se manteve calado e depois foi encaminhado para o presídio do município. A polícia apreendeu na casa do suspeito, dois celulares do treinador que foram encontrados durante as buscas.