Rafael Sadi atualmente com 64 anos, é tenente-coronel da reserva e gestor administrativo, Rafael é um dos raros militares do Exército Israelense que sabe falar português fluentemente e faz parte do grupo de socorristas que vieram de Israel para ajudar a resgatar as vítimas do rompimento da barragem em Brumadinho (MG). Rafael que integra a equipe de socorristas de desastres urbanos, diz que ficou extremamente sensibilizado com o estado que viu a cidade.
“Eu já vi muitos desastres, terremotos com muitas vítimas. Estive no Haiti, depois do terremoto que teve milhares de vítimas. No México também, depois de outro terremoto. Mas esse desastre aqui é muito complicado para as equipes de resgate”. Diz Rafael sobre o desastre ocorrido em Brumadinho.
O Socorrista ainda detalhou como é difícil exercer seu trabalho nas áreas atingidas pela lama:
“É muito difícil trabalhar na área atingida, é muito difícil de localizar as vítimas. E também é muito desgastante, fisicamente e mentalmente, para quem trabalha nas buscas, independentemente de quanta experiência a pessoa tenha.”
O israelense Rafael Sadi fez questão de falar a nossa língua, independente de todas as dificuldades, ele conseguiu expressar a comoção que estava sentindo no momento.
Rafael já veio visitar o Brasil a turismo quatro vezes, porém, é a sua primeira vez atuando em um trabalho de resgate. A primeira vez que o socorrista veio pra o nosso país foi em 1978, como mochileiro a turismo, nessa viagem ele aprendeu a falar um pouco de português no Rio de Janeiro.
“Na primeira vez, rodei o sul do Brasil e o Rio de Janeiro. Na segunda, vim com a família para trabalhar no Rio, morei lá por um tempo e pude conhecer quase todo o Brasil. Na terceira, viajei com a família para visitar amigos. E aqui estou pela quarta vez, trabalhando em Brumadinho”. Disse o aventureiro sobre as suas experiências no Brasil.
Rafael Sadi diz que chegou no domingo (27) com os militares vindos de Israel a pedido do atual Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro (PSL).
“Na segunda de manhã, pelas 6h da manhã, fui parte do grupo pequeno de comandantes que saiu para avaliar a situação e entender o que estava acontecendo. A situação aqui agora é muito difícil.
Quando a gente acabou a avaliação e definimos os detalhes para começar o trabalho efetivamente, a gente mandou as equipes para o campo. Isso por volta das 13h, 13h30. E assim que começaram os trabalhos, logo nas primeiras horas, felizmente e infelizmente, logo começaram a encontrar corpos e os resgatamos”. Relatou Rafael sobre os preparamentos antes de começar a atuar nos resgates.