Superação! Jovem é a primeira brasileira com Síndrome de Down a se formar em Fisioterapia

Ela conta que se preparou para atender pacientes especiais durante o curso e fala sobre seu TCC que foi considerado pelos professores como inovador e recebido com louvor.

Pessoas com Síndrome de Down não são incapazes, entenda que essa condição não é uma doença, mas uma síndrome genética relativa à trissomia do cromossomo 21. Por isso, quem tem Síndrome de Down não é ou está doente, nem precisa de tratamento ou cura, eles precisam de apoio e incentivo e assim poderão ter uma vida marcada por grandes conquistas.

Um caso que comprova isso é o da jovem com Síndrome de Down, Luana Dallacorte de Moura, de 24 anos. Ela tinha um sonho e com a ajuda e incentivo de sua família se formou em fisioterapia pela Faculdade CNEC.

Luana é bem convicta do que quer, e revela seus planos na nova profissão como fisioterapeuta, ela explica que deseja manter uma conversa sincera com a família de seus pacientes especiais, além de deixar de lado os velhos tabus de comunicação ao fazer um diagnóstico ou propor novos tratamentos.

“Não tenho nenhum preconceito de falar”, afirma com convicção.

Ela também conta como pretende desenvolver seu trabalho e revela sua vocação com pacientes especiais:

“Escolhi a fisioterapia porque amo as crianças e idosos, me identifico muito com cadeirantes, pessoas com síndromes, autistas e percebo que tenho a missão de tratar a saúde de todas as pessoas de uma maneira global”. Explica.

Certa do que quer, Luana conta que se preparou para atender pacientes especiais durante o curso e fala sobre seu TCC que foi considerado pelos professores como inovador e recebido com louvor, o tema do TCC era “O tratamento de gameterapia nos portadores de paralisia cerebral”.

“Meu trabalho de conclusão de curso focou no tratamento dos meus futuros pacientes”, diz Luana, sobre seu TCC.

Luana irá atuar na teoria e prática da “Gameterapia”, esse tipo de tratamento é utilizando videogames nas sessões fisioterapêuticas, ortopédicas e neurológicas. Esse tipo de tratamento inovador, faz com que as sessões sejam mais humanizadas, menos dolorosas, além de trazer interatividade e acessibilidade para pacientes com vários tipos de deficiência.

A jovem fisioterapeuta também explica que as pessoas com dificuldade de locomoção precisam ser incentivadas a mudar certos paradigmas mentais, por isso ela considera fundamental exercitar o cérebro com ferramentas virtuais, como os jogos. Ela reconhece que haverá dificuldades, e sabe que muitos desses pacientes tem um psicológico mais limitado, que terá que trabalhar seus medos que os impedem de progredir.

“Um cadeirante, por exemplo, pode sentir medo de caminhar”, explica.

Por isso a utilização da “gameterapia” pode potencializar as terapias físicas de pessoas com deficiência física.

Superando seus limites

A jovem conta que durante os 4 anos de curso passou por muitas dificuldades, “muitos altos e baixos”. Ela teve que ter ainda mais força de vontade para superar todas as adversidades, e dedicação em dobro para vencer os limites impostos pela síndrome.

“Meu objetivo era passar com dignidade. Sou exigente comigo mesma e, de um modo geral, não olho para os meus limites. Meu pai é testemunha, fechava a porta do meu quarto para estudar”, completou a jovem.

O apoio da família

Luana relata que sua família foi a base de tudo e com certeza sem o apoio deles não teria conseguido. Ela revela que seus pais representam um verdadeiro porto seguro, uma fonte de inspiração.

“Sou uma vencedora igual a minha mãe. Sigo de cabeça erguida e não tive medo”. Conclui ela.

Luana foi reconhecida como a primeira brasileira com Síndrome de Down a se formar no curso de fisioterapia. De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, não há conhecimento “de outra pessoa com a síndrome que tenha se formado em Fisioterapia”.

Uma pioneira, sem dúvidas.