O governador afirmou que foi aberta uma sindicância para apurar se houve falha no atendimento, para o caso da Daniela Eduarda Alves. Vamos relembrar os fatos!
Na madrugada de 14 de janeiro, Daniela Eduarda Alves, 23 anos, perdeu a vida de forma cruel. O crime aconteceu em Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba. Vizinhos chegaram a ligar por 8 vezes para a polícia. O autor do crime foi o próprio esposo da vítima, Emerson Bezerra, 25 anos.
Segundo vizinhos a gritaria na casa pedindo socorro, era perturbadora, e também podiam se ouvir gritos de criança. Desesperada a vizinha liga mais uma vez pedindo ajuda da polícia, e a resposta era sempre a mesma. “Já pedimos umas três vezes, o cara está agredindo a mulher aqui e ninguém veio até agora”, disse uma vizinha de Daniela. “Tem que aguardar, senhora. A ocorrência está aberta”, responde o atendente da Central de Operações Policiais Militares (Copom).
E ao todo foram 8 ligações pedindo ajuda para PM (polícia militar) e infelizmente a última ligação à polícia foi do padrasto do Emerson Bezerra, avisando que ele tinha tirado a vida da própria esposa.
Segundo vizinhos a briga começou por volta das 23 horas, e a primeira ligação foi feita 23:40. A polícia só chegou no local as 2:20 da madrugada, já faziam 20 minutos que Daniela Eduarda Alves já tinha perdido a vida. Emerson depois que a matou foi para casa da mãe, chegando lá com sangue na roupa, o padrasto quis saber o porquê do sangue, e ele então confessou que havia tirado a vida da sua esposa. O padrasto então acionou a polícia.
O Governador do Paraná, Ratinho Júnior, disse que já assumiu o governo com a segurança e delegacias em decadência, com grandes frotas paradas em oficinas, mas que vai buscar melhoras nessa questão de um atendimento rápido. “Temos que melhorar a estrutura para que a Polícia Militar possa atender o máximo de ocorrências da maneira mais rápida possível. Pedi um estudo para alugar viaturas, a viatura anda em média, por mês, de vinte a trinta mil quilômetros. É uma falha grave e o que podemos fazer é amenizar levando mais eficiência para o serviço da polícia”, disse o governador.
Emerson foi preso na casa do padrasto, e nega que tenha sido feminicídio, diz que só se defendeu, porque ela o agrediu com um pedaço de vidro que foi estilhaçado durante a briga deles, investigadores estão apurando os fatos. E agora que a justiça seja feita!
Confira as ligações:
A primeira ligação:
Denunciante: Boa noite. É que está tendo uma briga, não sei se é um casal. A mulher está gritando ‘socorro’ aqui na rua.
Policial: Está registrado senhora. É só aguardar o atendimento, tá bom?
Outra ligação:
Denunciante: O vizinho aqui da minha casa tá espancando a mulher dele e tem uma criança pequena junto. Acredito que ele tá espancando a criança também.
Policial: Nome da rua?
Denunciante:São Simeão?
Policial: Já tem um pedido pro local aí. Vou cadastrar e pedir averiguação, tá bom?
mais ligação…
Denunciante: Eu acabei de ligar pedindo uma viatura aqui pra nossa rua, que tem um homem, um vizinho que tá batendo muito na mulher. Eu acho que até já tirou a vida dela.
Policial: Rua São Simeão.
Denunciante: Isso.
Policial: É só aguardar a disponibilidade aí.
E mais outra ligação dos vizinhos:
Policial: Polícia Militar, emergência
Denunciante: Oi. É a segunda vez que eu liguei pra vir uma viatura aqui na nossa rua e não veio até agora e tá muito feio o negócio aqui, moço.
Policial: Já tá sendo encaminhado o atendimento aí.
Denunciante: Meu Deus, mas por que demora tanto?
Policial: Porque a viatura tá dando atendimento a uma outra ocorrência. Tem que esperar liberar pra atender essa, né? Infelizmente é muita gente pedindo atendimento da viatura aí.
Até que chega a última ligação, o padrasto liga avisando sobre a confissão de Emerson.
Policial: Boa noite, qual a emergência
Padrasto: Meu enteado tá aqui na minha casa, ele disse que tirou a vida da esposa na Fazenda Rio Grande.
Policial: Ele falou que tirou a vida da esposa?
Padrasto: Isso. Ele tá com sangue na roupa, eu liguei pros parentes dela e eles vão lá ver.